Causa do acidente com avião da Azerbaijan Airlines continua desconhecida

O acidente ocorreu na quarta-feira (25), quando a aeronave, um Embraer 190, caiu nas proximidades da cidade de Aktau, Cazaquistão

  • Data: 26/12/2024 10:12
  • Alterado: 26/12/2024 11:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Folha de São Paulo
Causa do acidente com avião da Azerbaijan Airlines continua desconhecida

Crédito:Reprodução/Redes Sociais/TASS

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A causa do trágico acidente envolvendo um avião da Azerbaijan Airlines, que resultou na morte de 38 pessoas, ainda permanece indefinida. Na quinta-feira (26), o presidente do Senado do Cazaquistão, Maulen Ashimbayev, defendeu que todas as informações que surgirem sobre o incidente sejam tornadas públicas. Em suas palavras, “nenhum desses países – nem Azerbaijão, Rússia ou Cazaquistão – está interessado em esconder informações. Todas as informações serão disponibilizadas ao público”.

O acidente ocorreu na quarta-feira (25), quando a aeronave, um Embraer 190, caiu nas proximidades da cidade de Aktau, Cazaquistão. O voo tinha partido de Baku, capital do Azerbaijão, e estava a caminho de Grozni, na Chechênia. A queda aconteceu após a aeronave desviar de uma área na Rússia onde o governo russo se defendia de ataques de drones ucranianos.

Das 67 pessoas a bordo, 38 perderam a vida e 29 sobreviventes, incluindo três crianças, foram levados para atendimento hospitalar. O Ministério dos Transportes do Cazaquistão informou que entre os passageiros estavam 37 cidadãos azeris, 16 russos, seis cazaques e três quirguizes.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram o avião em chamas e uma densa fumaça negra subindo. Algumas cenas revelaram passageiros feridos tentando escapar da fuselagem que havia permanecido intacta após o impacto. Outras fotos mostraram a aeronave parcialmente queimada no solo, com a parte frontal completamente destruída.

Após o acidente, cerca de 150 equipes de resgate foram mobilizadas para o local, conforme informado pelo Ministério de Situações de Emergência do Cazaquistão. A Azerbaijan Airlines confirmou que o voo J2-8243 teve que realizar um pouso forçado a cerca de 3 km da cidade de Aktau. Inicialmente, houve dificuldades em rastrear a aeronave nos sites apropriados; no entanto, posteriormente foi esclarecido que ela havia voado centenas de quilômetros fora da rota programada antes de cair.

As razões para a mudança de rota ainda não foram explicadas pelas autoridades. Versões conflitantes sobre as causas do acidente começaram a surgir. Em um primeiro momento, houve relatos de que a aeronave teria sido atingida por aves; essa informação foi rapidamente retirada pela companhia aérea. O departamento regional do Ministério da Saúde do Cazaquistão então alegou que “um balão” havia explodido a bordo da aeronave, mas sem fornecer mais detalhes.

Adicionalmente, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, mencionou que as informações recebidas indicavam que o avião alterou seu curso devido a condições meteorológicas adversas. Ele estava presente na Rússia para participar de uma cúpula no dia da queda e decidiu retornar ao saber do incidente. Em sua declaração, Aliyev descreveu o ocorrido como uma “grande tragédia” e prometeu uma investigação completa.

Circula também uma teoria sobre a possibilidade de que o avião tenha sido atingido por fogo amigo da defesa antiaérea russa. Isso se deu logo após drones ucranianos atacarem alvos no sul da Rússia e coincidentemente quando o aeroporto mais próximo ao local onde o sinal do voo desapareceu estava fechado para tráfego aéreo.

O governo cazaque se manifestou contra “especulações” sobre as causas do acidente e ressaltou que não existem hipóteses oficiais até o momento. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também pediu cautela até que as investigações sejam concluídas.

A Embraer lamentou profundamente a tragédia e expressou suas condolências às famílias afetadas. A empresa afirmou estar acompanhando os desdobramentos e disposta a colaborar com as autoridades competentes.

Técnicos do Ministério dos Transportes do Cazaquistão e uma delegação da agência de aviação civil do Azerbaijão estão envolvidos nas investigações sobre o acidente. Por se tratar de uma aeronave fabricada no Brasil, é esperado que representantes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) possam participar das investigações. A FAB confirmou manter contato com as autoridades locais para oferecer apoio nas apurações necessárias e enfatizou que cabe ao Cazaquistão iniciar as investigações conforme os protocolos internacionais estabelecidos.

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  • Data: 26/12/2024 10:12
  • Alterado:26/12/2024 11:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: Folha de São Paulo









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