Estudo revela os efeitos duradouros da covid-19 no Brasil
Levantamento aponta que 28% da população foi diagnosticada com a doença, com sérios impactos na saúde mental e na economia
- Data: 18/12/2024 18:12
- Alterado: 18/12/2024 18:12
- Autor: Redação
- Fonte: Terra
Crédito:Reprodução
Um novo levantamento intitulado “Epicovid 2.0”, promovido pelo Ministério da Saúde, revelou que mais de 28% da população brasileira, equivalente a cerca de 60 milhões de indivíduos, foi diagnosticada com covid-19. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 18, e refletem os efeitos duradouros da pandemia no país.
Entre os entrevistados que relataram ter contraído o vírus, 18,9% afirmaram sofrer de sintomas persistentes, conhecidos como covid longa. Os problemas de saúde mental emergiram como uma preocupação significativa, com 33,1% dos participantes relatando ansiedade, 25,9% sentindo cansaço extremo, 16,9% enfrentando dificuldades de concentração e 12,7% lidando com perda de memória.
O estudo também evidenciou que aproximadamente 15% dos participantes perderam um familiar devido à doença. Esta pesquisa se destaca por ser a maior investigação em base populacional sobre a covid-19 no Brasil, envolvendo mais de 33 mil entrevistas realizadas em 133 cidades e dando continuidade ao projeto Epicovid-19 iniciado em 2020. O foco agora é entender os impactos prolongados da infecção pelo SARS-CoV-2.
O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia. Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o fim da classificação de emergência internacional para a covid-19 em 2023, o Brasil representava cerca de 10% das mortes globais pela doença e ocupava a segunda posição em termos absolutos de vítimas.
Imunização
A campanha de vacinação no país enfrentou desafios significativos, incluindo atrasos nas compras e entregas das vacinas, além da propagação de desinformação que incluiu até mesmo figuras públicas do governo federal. Apesar disso, a pesquisa indicou que 57,6% dos entrevistados demonstraram confiança nas vacinas. Entre os participantes, 90,2% receberam pelo menos uma dose do imunizante e 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. A adesão à vacinação foi mais elevada nas regiões Sudeste do país e entre grupos como idosos, mulheres e pessoas com maior nível educacional e renda.
Por outro lado, entre aqueles que optaram por não se vacinar, 32,4% alegaram não acreditar na eficácia das vacinas e 0,5% expressaram descrença na existência do vírus. Adicionalmente, 31% acreditavam que a vacina poderia ser prejudicial à saúde. A OMS recomenda a vacinação contra a covid-19 devido à sua segurança e eficácia comprovadas.
A crise desencadeada pela pandemia também teve repercussões econômicas severas: quase metade dos entrevistados (48,6%) reportou uma diminuição na renda familiar. Aproximadamente 34,9% dos participantes perderam seus empregos durante este período desafiador e cerca de 21,5% interromperam seus estudos.
A insegurança alimentar se tornou um problema alarmante; aproximadamente 47,4% dos entrevistados relataram dificuldade em garantir o acesso diário a alimentos adequados. Estes dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia no Brasil.