Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment
O primeiro-ministro Han Duck-soo assume liderança interina no lugar de Yoon Suk Yeol
- Data: 14/12/2024 09:12
- Alterado: 14/12/2024 09:12
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão
Crédito:Reprodução
No último sábado, 14, o Parlamento da Coreia do Sul decidiu destituir o presidente Yoon Suk Yeol de seu cargo. A medida foi motivada pela tentativa controversa de Yoon de instaurar a lei marcial em 3 de dezembro, o que gerou uma crise política significativa no país. O Congresso rapidamente reverteu essa decisão algumas horas após a implementação da lei marcial.
Com a entrega formal do documento relacionado ao impeachment tanto ao presidente quanto à Corte Constitucional, os poderes presidenciais de Yoon foram suspensos. De acordo com a Constituição sul-coreana, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá as funções de líder interino até que uma nova eleição nacional ocorra dentro de um prazo de 60 dias para escolher o sucessor.
Esta foi a segunda votação da Assembleia Nacional a respeito do impeachment do presidente. Na votação anterior, realizada na semana anterior, Yoon havia conseguido se manter no cargo devido ao boicote da maioria dos legisladores do partido governante durante a sessão.
Entenda o caso
Nos últimos dias, cresceu o descontentamento público em relação à administração de Yoon, levando vários membros do People Power Party a manifestarem sua intenção de apoiar a moção de impeachment em uma nova votação. As manifestações populares contra o presidente se intensificaram, com uma queda acentuada em sua popularidade.
Durante as últimas duas semanas, dezenas de milhares de cidadãos se reuniram nas ruas de Seul, enfrentando temperaturas extremas, exigindo a deposição e prisão de Yoon. Os manifestantes se fizeram ouvir com gritos, canções e danças, utilizando bastões de luz inspirados na cultura K-pop. Enquanto isso, pequenos grupos de apoiadores conservadores também se reuniram na capital, defendendo o presidente e condenando as tentativas de impeachment. Ambas as manifestações ocorreram em um clima majoritariamente pacífico.
A tentativa de imposição da lei marcial por parte de Yoon, a primeira na Coreia do Sul em mais de quarenta anos, teve uma duração breve de apenas seis horas, mas provocou agitação política substancial, interrompendo atividades diplomáticas e afetando os mercados financeiros. Em resposta ao movimento unânime do parlamento para revogar seu decreto, Yoon foi obrigado a suspender a lei marcial.
A moção que levou ao impeachment alegou que Yoon “cometeu uma rebelião que ameaça a paz da República da Coreia”, citando a mobilização inadequada das forças armadas e policiais como um fator que comprometia tanto a Assembleia Nacional quanto o público. O decreto da lei marcial foi considerado como uma violação da Constituição.