Crime organizado supera faturamento da Ambev
R$ 56,9 bilhões em bebidas falsificadas e impacto de R$ 350 bilhões na economia brasileira
- Data: 06/12/2024 18:12
- Alterado: 06/12/2024 18:12
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Alessandro Bianchi / Reuters
A economia ilegal no Brasil alcançou níveis alarmantes, como revela um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2022, o crime organizado faturou R$ 56,9 bilhões apenas com a produção de bebidas falsificadas, superando o faturamento da Ambev no mesmo período. Esse dado, baseado na estimativa da Euromonitor Internacional de que 25,7% do mercado brasileiro de bebidas é ilegal, foi apresentado em um encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A reunião visou discutir a dimensão do “PIB do crime organizado”, que atingiu R$ 350 bilhões.
Entre as facções envolvidas na produção ilegal estão o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC). O estudo destaca que o crime organizado também lucra com a venda de combustíveis e lubrificantes, gerando R$ 61,5 bilhões. A Venezuela é apontada como a principal fornecedora ilícita de petróleo.
A perda fiscal resultante dessa economia paralela é significativa: R$ 52,9 bilhões em 2022. O presidente do FBSP, Renato Sérgio de Lima, enfatizou a necessidade de melhorar a colaboração entre a Polícia Federal e o Coaf para fortalecer as investigações.
O estudo também aborda o impacto dos crimes patrimoniais, que somaram R$ 186,1 bilhões. Destacam-se fraudes virtuais como o golpe do Pix e furtos de celulares. Essa transição para crimes digitais é uma preocupação crescente.
Além disso, há uma preocupação emergente com as apostas online, cuja legalização poderia abrir novos caminhos para a economia ilegal. O FBSP planeja lançar um observatório para analisar os impactos das bets no crime organizado.
Em suma, o relatório expõe a urgência de medidas eficazes para combater a infiltração do crime organizado na economia brasileira e proteger a integridade dos mercados legais.