Operação da Polícia Civil no Complexo da Penha mira líderes do Comando Vermelho
O clima tenso resultou na interrupção do serviço de transporte público e no fechamento de escolas e postos de saúde
- Data: 03/12/2024 10:12
- Alterado: 03/12/2024 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Operação
Crédito:Reprodução - TV Globo
Na manhã desta terça-feira (3), uma operação de grande envergadura foi desencadeada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no Complexo da Penha, situado na Zona Norte da cidade. A ação visa capturar membros do Comando Vermelho, notória facção criminosa, como parte da Operação Torniquete, focada no combate ao roubo de cargas e veículos. O clima tenso resultou na interrupção do serviço de transporte público e no fechamento de escolas e postos de saúde.
Entre os principais alvos da operação estão líderes da facção, incluindo o traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca. Além disso, a polícia busca capturar fugitivos oriundos dos estados do Pará e Ceará que estariam escondidos na região.
Até o momento, foi confirmada a prisão de um casal e cinco pessoas feridas foram atendidas no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Entre os feridos ainda internados está Ágatha Alves de Souza, de 22 anos, atingida por um disparo enquanto aguardava em um ponto de ônibus. Seu estado é considerado grave. Um homem não identificado também permanece hospitalizado. Já Davyson Aquino da Silva, policial civil baleado no ombro, Manuel Rodrigues de Sousa, de 74 anos, e Tamires Silva Soares, grávida atingida por estilhaços, já receberam alta.
Relatos indicam que os confrontos começaram por volta das 5h20, com traficantes incendiando barricadas e até mesmo um veículo. A ação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil, além de 200 agentes de diversas unidades mobilizados a partir da Cidade da Polícia.
De acordo com comunicado oficial da Polícia Civil, o objetivo é cumprir mandados de prisão e busca contra membros do Comando Vermelho responsáveis por ordenar roubos para financiar atividades ilícitas. Investigações apontam que do Complexo da Penha partem ordens para conflitos territoriais entre facções rivais.
O cenário na região foi marcado pela presença de blindados e helicópteros sobrevoando as comunidades. A Rua Uranos, uma das principais vias locais, teve seus acessos bloqueados desde as primeiras horas da manhã. Além da Polícia Civil, a operação conta com o apoio da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ).
Os impactos na vida cotidiana dos moradores foram significativos. Segundo a RioÔnibus, sete linhas tiveram seus itinerários alterados devido à operação. As escolas também foram afetadas: 16 instituições municipais e uma estadual não abriram suas portas. Na área da saúde, a Clínica da Família Ana Maria Conceição dos Santos Correia suspendeu temporariamente seu funcionamento enquanto outras unidades adotaram protocolos especiais ou restringiram atividades externas.
A operação Torniquete continua em andamento com desdobramentos previstos ao longo do dia.