Deputado francês compara carne brasileira a lixo

Pressão sobre Carne Brasileira e Sustentabilidade em Foco.

  • Data: 26/11/2024 21:11
  • Alterado: 26/11/2024 21:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria
Deputado francês compara carne brasileira a lixo

Crédito:Reprodução

Você está em:

Na noite de terça-feira (26), a Assembleia Nacional da França expressou sua oposição ao acordo entre a União Europeia e o Mercosul, com uma votação que resultou em 484 votos contra e apenas 70 a favor. Embora a decisão tenha valor meramente simbólico, pois os parlamentos nacionais não influenciam diretamente nas negociações entre blocos, ela sinaliza um consenso político incomum na França, que une partidos de diferentes espectros políticos contra o tratado.

O principal ponto de discórdia é a carne brasileira, frequentemente mencionada em discursos críticos. Deputados como Vincent Trébuchet e Antoine Vermorel-Marques atacaram as práticas de produção brasileiras, enfatizando questões como desmatamento, uso de pesticidas e saúde pública. O deputado Arnaud Le Gall destacou a pressão sobre o mercado francês e a falta de transparência da Comissão Europeia.

A resposta do Brasil veio por meio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que defendeu a qualidade dos produtos brasileiros e destacou esforços de sustentabilidade, como a recuperação de pastagens. Apesar disso, o protecionismo francês permanece firme, com críticas abrangendo não só o acordo com o Mercosul, mas também outros tratados comerciais da União Europeia.

O debate atual reflete preocupações mais amplas sobre o livre comércio e seus impactos sociais e ambientais. A possibilidade de assinatura do acordo em Montevidéu na próxima semana mantém as tensões altas. Para bloquear formalmente o tratado, a França busca aliados dentro da UE que representem pelo menos 35% da população do bloco.

Este cenário sublinha a complexidade das relações internacionais contemporâneas e o desafio de equilibrar interesses econômicos com sustentabilidade e proteção social. A posição francesa destaca as dificuldades intrínsecas ao estabelecimento de acordos multilaterais em um mundo cada vez mais interconectado.

Compartilhar:

  • Data: 26/11/2024 09:11
  • Alterado:26/11/2024 21:11
  • Autor: redação
  • Fonte: Assessoria









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados