Governo incentiva boicote ao Carrefour em resposta a veto à carne do Mercosul
Tensões diplomáticas: Brasil reage a embargo do Carrefour e corta fornecimento de carne, promovendo soberania nacional e descontentamento com a França.
- Data: 25/11/2024 15:11
- Alterado: 25/11/2024 15:11
- Autor: Redação
- Fonte: Terra
Crédito:Divulgação
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a expressar descontentamento em relação à França, no contexto da recente controvérsia envolvendo a rede de supermercados Carrefour e sua decisão de suspender a compra de carnes provenientes do Mercosul. Essa medida gerou forte reação por parte das autoridades brasileiras.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou em entrevista ao programa Globo Rural que o Brasil não deve ser tratado como uma “colônia” pela França. A declaração foi uma resposta direta à decisão do Carrefour, anunciada por Alexandre Bompard, CEO da empresa na França. Bompard justificou a suspensão como um gesto de apoio aos agricultores franceses.
Em retaliação, frigoríficos brasileiros decidiram interromper, desde 20 de novembro, o fornecimento de carnes para o Grupo Carrefour no Brasil, afetando cerca de 150 estabelecimentos, incluindo as redes Carrefour, Atacadão e Sams Club. Essa medida teve o respaldo do ministro Fávaro.
“Manifesto meu apoio e parabenizo a postura dos frigoríficos. O presidente Lula foi informado e aprovou a ação. Estamos falando de soberania nacional”, afirmou Fávaro. Ele destacou que as mesmas empresas que abastecem o mercado francês também fornecem para o brasileiro, tornando essa reação significativa. “Se não podem fornecer para o Carrefour na França, não fornecerão para o Carrefour no Brasil”, acrescentou.
Fávaro já havia mencionado anteriormente que essa situação poderia ser parte de uma ação coordenada para prejudicar a soberania brasileira e justificar a resistência francesa em relação ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.