SP: Hospitais municipais oferecem 33 programas de residência médica e multiprofissional

Em 2024, mais de cinco mil médicos se candidataram às vagas abertas em oito instituições na cidade de São Paulo

  • Data: 25/11/2024 12:11
  • Alterado: 25/11/2024 12:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
SP: Hospitais municipais oferecem 33 programas de residência médica e multiprofissional

Plano de Saúde

Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil

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Além do atendimento diário a milhares de paulistanos, os hospitais municipais desempenham outra importante função: a de ensino, ao oferecer programas de residência médica e multiprofissional. Com coordenação da Escola Municipal de Saúde (EMS), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), atualmente oito instituições oferecem 33 programas de residência, que nos últimos 10 anos tiveram a inscrição de mais 51 mil candidatos. Só em 2024, foram 5.561 candidatos às 319 vagas oferecidas.

A residência médica é um curso de pós-graduação para médicos que proporciona especialização em áreas específicas da medicina. Os programas são gerenciados pelo Ministério da Educação (MEC), com regulação e supervisão da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). A carga horária da residência médica é de 2.880 horas de aula e treinamento por ano, com atendimento em plantões, emergências, ambulatórios de especialidades e acompanhamento dos pacientes, sempre supervisionados por especialistas.

Os programas de residência integram a rotina dos hospitais municipais Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (Jabaquara), Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé), Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo), Menino Jesus, Dr. Mário Moraes Altenfelder Silva (Vila Nova Cachoeirinha), Dr. Alípio Corrêa Netto (Ermelino Matarazzo). Dr. Waldomiro de Paula (Itaquera) e Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM).

São contempladas nos programas dos hospitais municipais as especialidades de anestesiologia, angiorradiologia e cirurgia endovascular, cirurgia da mão, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, cirurgia plástica, cirurgia vascular, clínica médica, coloproctologia, dermatologia, emergência pediátrica, endocrinologia e metabologia, endoscopia ginecológica e gastroenterologia.

“A residência médica desempenha um papel essencial na formação de especialistas qualificando-os e preparando-os para enfrentar os desafios complexos da saúde pública”, comenta Athenê Mauro, coordenadora da 8ª Comissão de Residência Médica (Coreme), alocada na própria EMS (as outras sete Coremes estão nos hospitais municipais). Ela ressalta que, nos equipamentos da rede de atenção à saúde, “esses profissionais são inseridos diretamente no ambiente onde as demandas e necessidades da população são mais evidentes e, por meio de um treinamento intensivo e prático, adquirem habilidades que os capacitam a atuar com excelência nos diversos cenários da saúde pública”.

Nas residências multiprofissionais, ou seja, de outras áreas da saúde, por sua vez, destacam-se áreas como cirurgia buco maxilo facial, odontologia cirúrgica buco maxilo, atenção à terapia intensiva, atenção à urgência e emergência, neonatologia e práticas integrativas e complementares em saúde (Pics), que colaboram para a formação de equipes de saúde integradas e capazes de oferecer um cuidado mais abrangente e humanizado aos pacientes.

Segundo Athenê, a elaboração de um Programa de Residência Médica (PRM) é um processo colaborativo, sob a responsabilidade da Coreme e dos supervisores de cada programa. A Coreme trabalha em conjunto com os preceptores locais com o objetivo de desenvolver os conteúdos programáticos e as atividades práticas de cada programa, de acordo com as normas da Comissão Nacional de Residência Médica. A duração de um programa de residência médica varia conforme a especialidade e conta com supervisão contínua realizada por preceptores. As avaliações são periódicas, incluindo provas teóricas, práticas e feedback dos preceptores.

Programa do HSPM tem mais de 40 anos

No Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), a residência médica existe desde 1981, quando a lei nº 6.932 definiu as diretrizes para este tipo de programa. Atualmente, a instituição, voltada aos servidores públicos municipais e suas famílias, conta com 453 médicos e 165 residentes, em 20 diferentes especialidades. Cada residente cumpre 60 horas semanais, 80% delas dedicadas a atividades práticas em suas áreas. Para acompanhar seu desenvolvimento, o programa conta com um coordenador para cada especialidade, 30 preceptores e 453 médicos assistentes, todos parte do corpo clínico do HSPM.

“Todo médico contratado pelo hospital tem como atribuições com igual importância a assistência médica e o suporte ao ensino e pesquisa”, explica o cirurgião gastrointestinal Pedro Marcos Santinho Bueno de Souza, que é chefe da Comissão de Residência Médica (Coreme) do HSPM, lembrando que, na capital, o programa da instituição é um dos mais disputados por candidatos de todo o país, juntamente com o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a Santa Casa de São Paulo, o Hospital da Universidade Federal de São Paulo e o Hospital do Servidor Público estadual.

Entre os fatores que estimulam a busca pelo programa estão a amplitude do atendimento do HSPM, que abrange 37 especialidades e 148 subespecialidades, além da própria qualidade do seu Programa de Residência Médica, cuja missão está focada não apenas no ensino, mas também na produção científica. “Um dos nossos diferenciais é a exigência de um projeto de pesquisa individual, focado na realidade do hospital e analisado pelo nosso Comitê de Ética em Pesquisa”, ressalta Juliane Cristina Burgatti Coelho, chefe do Serviço de Ensino e Pesquisa do HSPM.

Todos os anos, 67 projetos de pesquisa são entregues pelos médicos que concluem suas residências, e vários se destacam por promover melhorias em serviços oferecidos pelo hospital. Um exemplo é a criação de um protocolo para a priorização de pacientes graves na espera por cirurgia bariátrica, que se tornou referência a ser implementada para o próprio Sistema Único de Saúde (SUS).

Por sua solidez, avaliam Pedro e Juliane, o programa impacta positivamente na rotina do HSPM, na medida em que proporciona crescimento e aprendizado para todos e impulsiona o hospital em direção à excelência. Como consequência, o objetivo de que os formandos venham a compor a equipe do HSPM também se cumpre. Atualmente, importantes posições no hospital são ocupadas por ex-residentes. Um exemplo é a Diretoria de Atenção à Saúde, que tem à frente o ortopedista Bruno Miranda. Formado pela Universidade Federal do Piauí, ele passou pelo programa de residência e também já ocupou a liderança na Clínica de Ortopedia e do Centro Cirúrgico do HSPM.

Rafaella Fiquene, 30, está no terceiro ano e último ano de residência em cirurgia geral. Natural de Campina Grande, na Paraíba, diz que escolheu São Paulo para a residência por ter instituições de referência em todas as áreas da medicina, e o HSPM pela infraestrutura e pela história. Ela conta que o hospital superou as expectativas. “Ele dispõe de recursos e tecnologia, além de ter todas as especialidades, os que enriquece o aprendizado e permite um excelente atendimento aos pacientes”.

Em relação ao programa de residência, Rafaella garante que também foi positivamente surpreendida. “O clima é de muito respeito por parte de todos, contamos não apenas com um excelente suporte para o aprendizado, mas também apoio psicológico e a possibilidade de ter um mentor para auxiliar-nos com todas as dúvidas relacionadas ao dia a dia do programa de residência”, comenta a profissional, que se prepara para apresentar seu trabalho de conclusão de curso (TCC) e para prestar prova para uma nova especialização, desta vez em cirurgia gástrica. Depois, pensa em integrar o quadro de profissionais do HSPM, colaborando para que a Visão do hospital se cumpra.

Cachoeirinha é hospital de ensino

Já o Hospital Municipal Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva, conhecido como Vila Nova Cachoeirinha, localizado na zona norte da capital, além de ser referência em saúde da mulher e do recém-nascido, é também o primeiro hospital de ensino da rede municipal. Os hospitais de ensino são avaliados pelos ministérios da Saúde e da Educação, além de receber verbas específicas por meio de fixação de metas assistenciais, de ensino, pesquisa e gestão hospitalar que devem ser cumpridas.

Atualmente, fazem residência na instituição 53 médicos, nas especialidades de obstetrícia e ginecologia, neonatologia, mastologia, endoscopia ginecológica e medicina fetal; o hospital também conta com 28 residentes multiprofissionais em psicologia, serviço social, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia e farmácia.

“Além de ser referência em procedimentos de maior complexidade, como cirurgias em medicina fetal e endometriose profunda, nosso hospital une ensino e assistência em importantes especialidades de saúde, o que possibilita aos novos profissionais contribuir para processos de inovação assistencial e incorporação tecnológica em saúde”, comenta o diretor do Departamento técnico do hospital, Gilberto Nagahama.

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  • Data: 25/11/2024 12:11
  • Alterado:25/11/2024 12:11
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  • Fonte: Prefeitura de São Paulo









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