Casos de coqueluche dispararam 214% no Grande ABC
Região registra maior alta desde 2014; especialistas alertam para a importância da vacinação e campanhas de conscientização
- Data: 24/11/2024 10:11
- Alterado: 24/11/2024 10:11
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Freepik
Nos primeiros 11 meses de 2024, a região do Grande ABC registrou um aumento significativo nos casos de coqueluche, com um crescimento de 214% em relação ao ano anterior.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, até 21 de novembro, 22 casos foram confirmados nas sete cidades que compõem a região, contrastando com os apenas sete registros durante todo o ano passado. Este aumento representa o maior número de diagnósticos desde 2014, quando 112 casos foram documentados.
Em nível estadual e nacional, a situação é ainda mais alarmante. No estado de São Paulo, o número de casos subiu expressivamente, alcançando um aumento de 1.511% ao passar de 54 para 870 casos em 2024. Em âmbito nacional, o Brasil experimentou um crescimento de 1.550% no número de infecções, saltando de 214 para impressionantes 3.532 casos.
A coqueluche, também conhecida como tosse convulsa, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Altamente contagiosa, esta doença pode ser particularmente perigosa para crianças menores de um ano que ainda não completaram seu ciclo vacinal. A transmissão ocorre através de gotículas respiratórias e pode resultar em complicações severas como pneumonia, engasgos e até fraturas devido à tosse intensa. Em adolescentes e adultos, a doença é menos letal, mas pode causar desmaios e incontinência urinária.
Imunização
A vacinação continua a ser a principal estratégia de prevenção recomendada pelo Ministério da Saúde. A vacina tríplice bacteriana, que oferece proteção contra difteria, tétano e coqueluche, está disponível gratuitamente pelo SUS e deve ser administrada nos primeiros meses de vida das crianças. Gestantes também são incentivadas a se vacinarem a partir da vigésima semana de gravidez para garantir que os anticorpos sejam transferidos ao feto.
No setor privado, a vacina tríplice bacteriana acelular é uma opção para minimizar efeitos colaterais. Esta versão é recomendada para crianças a partir dos quatro anos e deve ser reforçada a cada dez anos; versões adaptadas estão disponíveis para adolescentes, adultos e idosos.
Especialistas atribuem parte do aumento nos casos à resistência à vacinação. O médico clínico-geral Marcelo Bechara observa que a recusa em vacinar tem contribuído para o ressurgimento da doença. “Embora não erradicada, a coqueluche estava sob controle”, afirma Bechara. O diretor médico Fábio Argenta ressalta a importância da vacinação durante a gravidez com a dTpa para transmitir anticorpos ao bebê via placenta.
A crescente incidência da coqueluche destaca a necessidade urgente de intensificar as campanhas de imunização e conscientização pública sobre os riscos associados à não vacinação.