General imprimiu plano de execução de Lula no Planalto

Documento detalhando ação contra Lula, Alckmin e Moraes teria sido gerado no Planalto enquanto Bolsonaro ocupava o Palácio

  • Data: 19/11/2024 15:11
  • Alterado: 19/11/2024 15:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Estadão
General imprimiu plano de execução de Lula no Planalto

Crédito:Reprodução/Polícia Federal

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A Operação Contragolpe, que investiga um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, revelou recentemente novos detalhes envolvendo a alta cúpula do governo Jair Bolsonaro. No centro das apurações está o general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-geral da Presidência, cuja participação tem se mostrado crucial.

De acordo com informações da Polícia Federal (PF), Mário Fernandes foi responsável por imprimir documentos relativos à Operação Punhal Verde Amarelo em uma impressora localizada no Palácio do Planalto. O episódio ocorreu em 6 de dezembro de 2022, às 18h09. Durante esse período, os dispositivos de comunicação de Rafael Martins de Oliveira e do tenente-coronel Mauro Cid estavam conectados à rede do Palácio. Ambos são figuras centrais na investigação, sendo que Cid mantinha um grupo em seu celular chamado “Acompanhamento”, que monitorava a rotina presidencial.

Naquele dia específico, Bolsonaro esteve no Planalto até as 17h56, quando se dirigiu ao Palácio da Alvorada após participar de uma cerimônia no Superior Tribunal de Justiça. Ele permaneceu lá por cerca de 35 minutos antes de seguir para sua residência oficial.

O envolvimento de Rafael Martins, conhecido como “kid preto”, é igualmente significativo. Ele esteve presente no Planalto quando a segunda cópia do plano foi impressa e fazia parte da Operação Copa 2022, que visava a prisão ou execução do ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro do mesmo ano. Conforme relatado pelo jornal Estadão, essa operação chegou a ser discutida em uma reunião na residência do então ministro da Defesa, general Braga Netto.

As investigações apontam que Mário Fernandes integra um “Núcleo de Oficiais de Alta Patente” com capacidade de influência e suporte para outras células conspiratórias dentro do governo Bolsonaro. Usando suas credenciais militares, ele teria exercido influência significativa para fomentar apoio a ações golpistas. O próprio Cid descreveu Fernandes como um dos mais radicais dentro desse grupo.

Antos Antidemocráticos

Um inquérito detalha que o general esteve envolvido em atividades de planejamento e coordenação de atos antidemocráticos e manteve contato direto com manifestantes radicais após as eleições de 2022. Em uma reunião ocorrida em 5 de julho daquele ano, Mário expressou preocupação sobre a necessidade de agir antes das eleições devido à pressão internacional iminente.

No dia planejado para a ação contra Moraes, Mário Fernandes teria solicitado ao então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Ramos, que mantivesse Bolsonaro blindado contra influências externas divergentes.

Além disso, evidências indicam que Fernandes era procurado por manifestantes acampados nas proximidades do Quartel General do Exército (QGEx) em Brasília para assistência logística e orientações sobre condutas durante manifestações. A PF busca esclarecer se essas interações estão ligadas aos eventos violentos ocorridos em 12 de dezembro de 2022, incluindo a tentativa de invasão à sede da PF na capital federal.

Os investigadores consideram Mário Fernandes um elo crucial entre o governo Bolsonaro e os manifestantes envolvidos nos atos golpistas. A PF ressalta seu papel como facilitador material e financeiro para esses grupos antidemocráticos, destacando sua relevância na tentativa fracassada de golpe em 8 de janeiro de 2023.

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