No G20, Lula ressalta a urgência da ‘responsabilidade climática’
'Mesmo que não caminhemos na mesma velocidade, todos podem dar um passo a mais', afirmou o presidente
- Data: 19/11/2024 10:11
- Alterado: 19/11/2024 10:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Presidente Lula (PT)
Crédito:Ricardo Stuckert/PR
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, desempenhou um papel central na 3ª sessão da Cúpula de Líderes do G20, realizada nesta terça-feira (19), onde a pauta principal foi o desenvolvimento sustentável. Durante o evento, Lula enfatizou a importância de transformar a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ser sediada em Belém do Pará, na “COP da virada”.
Em seu discurso, Lula exortou os países desenvolvidos membros do G20 a anteciparem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040, destacando que, apesar das diferentes velocidades de progresso entre as nações, todos são capazes de contribuir mais efetivamente para a causa. O presidente salientou que o G20 é responsável por 80% das emissões globais de gases do efeito estufa e anunciou a criação de uma força-tarefa global liderada pela presidência brasileira para enfrentar as mudanças climáticas. Esta iniciativa reúne ministros de finanças, meio ambiente, clima e relações exteriores, além de chefes de Estado.
Na sessão de encerramento da cúpula, Lula entregará formalmente a presidência do G20 para a África do Sul.
No dia anterior, durante a abertura do evento, Lula expressou preocupação com os recursos destinados a conflitos armados em detrimento ao combate à fome e à pobreza. Ele destacou que o mundo enfrenta o maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial e um recorde de deslocamentos forçados.
Ainda durante a cúpula, Lula criticou ações militares em regiões como Faixa de Gaza e Ucrânia e manifestou oposição às sanções unilaterais que agravam as desigualdades econômicas globais. Ele defendeu uma taxação sobre grandes fortunas como solução para gerar recursos destinados ao enfrentamento dos desafios sociais e ambientais atuais. Segundo Lula, uma taxação de 2% sobre os patrimônios dos super-ricos poderia arrecadar cerca de US$ 250 bilhões anualmente.
A diplomacia brasileira também reiterou a necessidade de reformar instituições internacionais como o Conselho de Segurança da ONU para refletir uma representação mais justa e moderna no cenário global. António Guterres, secretário-geral da ONU, apoiou essa visão ao ressaltar que a composição atual do conselho reflete um mundo desatualizado e destacou a importância de fornecer apoio adequado às nações mais vulneráveis diante dos impactos das mudanças climáticas.
Este encontro do G20 coloca em evidência os desafios contemporâneos que exigem cooperação internacional renovada e eficaz para alcançar um futuro mais sustentável e equitativo.