Maduro culpa TikTok por mortes trágicas de crianças e ordena remoção de desafios perigosos em 72 horas
Plataforma enfrenta possível ação severa na Venezuela
- Data: 19/11/2024 09:11
- Alterado: 19/11/2024 09:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em um recente pronunciamento, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, responsabilizou a rede social TikTok pela trágica morte de duas crianças em desafios que ganharam popularidade na plataforma. Na última segunda-feira (18), Maduro instruiu a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) a notificar o TikTok para que remova, em até 72 horas, conteúdos considerados perigosos. Esta medida foi tomada após a morte de uma menina de 12 anos, que ingeriu um medicamento como parte de um desafio visto no aplicativo, e de um adolescente de 14 anos, conforme detalhado pelo presidente durante seu programa semanal transmitido via rádio e televisão.
O mandatário venezuelano declarou que “esta morte recai sobre a plataforma”, acusando o TikTok de disseminar conteúdo prejudicial. Maduro ordenou ao presidente da Conatel que comunicasse urgentemente com a plataforma, exigindo a remoção dos chamados “desafios abusivos e criminosos” do território venezuelano. Caso o TikTok não atenda à solicitação dentro do prazo estipulado, Maduro ameaçou adotar “medidas severas” contra a rede social, embora não tenha especificado quais seriam essas ações.
Investigações reportadas pela mídia local apontam que a menina participou de um desafio no qual o primeiro a adormecer perderia, levando-a a ingerir um medicamento usado para controlar convulsões e ataques de pânico.
Esse não é o primeiro embate entre Maduro e plataformas digitais. Em agosto passado, ele determinou o bloqueio temporário da rede social X na Venezuela, justificando que esta havia sido utilizada por opositores para criar desordem após as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. Embora o acesso ao X tenha sido restabelecido em operadoras privadas, usuários da estatal Movilnet ainda enfrentam restrições.
A decisão ocorreu em meio a uma disputa com Elon Musk, proprietário do X, que acusou publicamente Maduro de fraude eleitoral. O presidente venezuelano foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organismo amplamente dominado pelo governo. No entanto, a oposição afirmou ter provas da vitória do candidato Edmundo González e desafiou os resultados oficiais.
A transparência das eleições foi questionada por observadores internacionais, enquanto Maduro resistiu aos apelos de países como Estados Unidos e membros da União Europeia para publicar as atas que validariam sua vitória nas urnas.