Operação da PF investiga complô militar para assassinar Lula e Alckmin
Ameaças surgiram antes da posse presidencial
- Data: 19/11/2024 09:11
- Alterado: 19/11/2024 09:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
PF
Crédito:Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta terça-feira (19), uma operação de grande envergadura com o objetivo de desmantelar um grupo criminoso suspeito de conspirar contra a democracia no Brasil. A organização é acusada de elaborar um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após as eleições de 2022, que incluía atentados contra ele e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
De acordo com informações divulgadas pela PF, o esquema era conhecido como “Punhal Verde e Amarelo” e tinha sua execução prevista para o dia 15 de dezembro de 2022. O plano consistia em ações coordenadas que visavam não apenas os homicídios dos líderes eleitos, mas também a restrição ao funcionamento do Poder Judiciário. Parte do complô incluía a captura e possível execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que já estava sendo vigiado pelo grupo.
As investigações anteriores, intensificadas por uma operação lançada em fevereiro, já haviam identificado tentativas similares de golpe e vigilância sobre o ministro Alexandre de Moraes. Os documentos apreendidos revelaram um sofisticado planejamento, que detalhava os recursos humanos e armamentistas necessários para as ações, utilizando táticas militares avançadas. Além disso, previam a criação de um gabinete de crise gerido pelos próprios conspiradores para manejar as consequências institucionais dos atos planejados.
A denominada Operação Contragolpe já resultou na emissão de cinco mandados de prisão preventiva. Além disso, estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão e outras 15 medidas cautelares diversas. Estas incluem a proibição de comunicação entre os investigados, a retenção dos passaportes dos envolvidos e a suspensão do exercício de cargos públicos.
O cumprimento das ordens judiciais ocorreu com acompanhamento do Exército Brasileiro, abrangendo os estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e o Distrito Federal. Conforme relatado pela PF, os indícios apontam que o grupo se valeu de conhecimentos técnicos avançados em operações militares para planejar suas atividades ilícitas nos meses finais de 2022. Muitos dos suspeitos possuem formação em forças especiais.
Os crimes investigados pela PF são enquadrados como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa. A investigação continua em curso para identificar todos os envolvidos e prevenir possíveis ameaças à ordem democrática do país.