Projeções indicam aumento de 76% nos casos de câncer até 2050

Disparidade entre países destaca necessidade de políticas públicas e pesquisa avançada

  • Data: 18/11/2024 13:11
  • Alterado: 18/11/2024 13:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Notícias ao Minuto
Projeções indicam aumento de 76% nos casos de câncer até 2050

Crédito:Divulgação/Freepik

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Um estudo recentemente divulgado na renomada publicação Journal of American Medical Association projeta um cenário alarmante para o futuro da saúde global: até 2050, estima-se que o número de pessoas vivendo com câncer aumentará em 76%, atingindo 35,3 milhões de casos. Essa pesquisa, que analisa dados de 2022 do Observatório Global do Câncer, destaca ainda que as mortes decorrentes da doença poderão subir de 9,7 milhões para 18,5 milhões em 2050, representando um crescimento de 89,7%. Tal incremento se mostra mais acentuado em países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A análise comparativa revela que, nessas regiões, a incidência e mortalidade por câncer podem crescer mais de 140%, contrastando com incrementos de 41,7% e 56,8%, respectivamente, em países de alto IDH. Os homens continuarão a ser mais afetados que as mulheres em 2050, com uma disparidade estimada em 16%, atribuída a fatores como menor adesão a campanhas preventivas e maior exposição ao tabagismo e alcoolismo.

Os pesquisadores avaliaram 36 tipos distintos de câncer utilizando dados globais de 185 nações e territórios. As projeções indicam que o câncer de pulmão liderará tanto em incidência quanto em mortalidade, seguido pelos cânceres colorretal, de mama, fígado, próstata e estômago. Em particular, o câncer pancreático em homens idosos africanos poderá atingir índices de mortalidade alarmantes.

A pesquisa também salienta a importância dos sistemas nacionais de saúde na mitigação dessas tendências. Ruanda é citado como exemplo positivo na África devido ao seu sistema gratuito de saúde, o que lhe confere uma taxa de mortalidade inferior a outros países da região.

Câncer no Brasil

O Brasil apresenta um panorama um pouco distinto. Dados do Inca apontam para alta incidência dos cânceres de próstata, colorretal e pulmão entre os homens e dos cânceres de mama, colorretal e colo do útero entre as mulheres. Apesar do declínio nos países desenvolvidos, o câncer cervical permanece prevalente no Brasil devido ao acesso limitado a vacinas e exames preventivos.

O câncer pulmonar demonstra uma redução no país, atribuída ao sucesso das campanhas antitabagismo. Contudo, há uma crescente preocupação com os casos entre jovens adultos até 29 anos. Apesar disso, falta infraestrutura adequada para atender essa faixa etária; nove em cada dez centros pesquisados não oferecem serviços dedicados a essa população.

Paulo Henrique Diniz, professor da UFMG e coautor de um estudo sobre o tema publicado na JCO Global Oncology, ressalta a necessidade urgente de atenção especial a esses jovens pacientes devido às especificidades biológicas da doença nessa faixa etária.

Essas descobertas sublinham a importância da implementação efetiva de políticas públicas em saúde e desenvolvimento contínuo de pesquisas para enfrentar os desafios emergentes no combate ao câncer globalmente.

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  • Data: 18/11/2024 01:11
  • Alterado:18/11/2024 13:11
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