Hacker que ameaçou Moraes é preso; Polícia apura ligação com suposto responsável por bomba no STF
Durante a operação, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos como computadores, notebooks, tablets e celulares
- Data: 15/11/2024 11:11
- Alterado: 15/11/2024 11:11
- Autor: Redação
- Fonte: Terra
Crédito:Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul efetuou a prisão em flagrante de um hacker em Jundiaí, interior de São Paulo, nesta quinta-feira, dia 14. O indivíduo é investigado por envolvimento em atividades racistas, extremistas, homofóbicas e ameaças terroristas dirigidas a autoridades públicas, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A detenção ocorre em meio ao impacto do atentado a bomba perpetrado em frente ao STF na noite anterior.
O preso, um empresário de 36 anos atuante no setor de mídia digital, teve sua residência revistada pelas autoridades. Durante a operação, foram apreendidos diversos dispositivos eletrônicos como computadores, notebooks, tablets e celulares, além de pen-drives e outros materiais que podem servir como evidência de suas atividades ilícitas. Após perícia nos equipamentos, o suspeito foi autuado em flagrante.
Embora não tenham sido encontradas provas concretas de ligação entre o hacker e Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França — o responsável pela explosão em frente ao STF que resultou em sua morte —, as investigações continuam para verificar possíveis conexões. A delegada Vanessa Pitrez, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil gaúcha, destacou que o preso faz parte de grupos extremistas e que será analisado se ele e Tiü França participavam dos mesmos círculos.
Entre os alvos das ameaças proferidas pelo hacker estão figuras políticas como o senador Magno Malta e os deputados Guilherme Boulos e Talíria Petrone, entre outros. As investigações também revelaram que ele enviava e-mails anônimos com ameaças de ataques a bomba contra o STF, o Senado e o Aeroporto de Guarulhos.
A prisão integra a Operação Deus Vult, lançada com apoio da Polícia Civil paulista para realizar buscas em dois endereços na cidade de Jundiaí. A investigação começou após denúncia da deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB), que recebeu ameaças de violência sexual e morte por e-mail.
O hacker utilizava dados pessoais de terceiros para criar contas anônimas na deepweb a partir das quais disparava suas mensagens. Um dos indivíduos cujos dados foram usados chegou a tentar suicídio devido ao ocorrido. A identificação do suspeito foi possível após análise dos moradores de um condomínio em Jundiaí cujas informações foram usadas pelo empresário para suas atividades ilegais.
As investigações continuam com a análise das “características digitais” dos envolvidos, incluindo dados vazados na dark web.