Teste do Volkswagen T-Cross Comfortline – No centro da meta

Versão intermediária Comfortline é a “puxadora de vendas” do Volkswagen T-Cross, o utilitário esportivo mais vendido do Brasil

  • Data: 12/11/2024 08:11
  • Alterado: 12/11/2024 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Luiz Humbeto Monteiro Pereira AutoMotrix
Teste do Volkswagen T-Cross Comfortline – No centro da meta

A Comfortine é a versão mais equipada do T-Cross entre as movidas pelo motor 1.0 TSI de 20,4 kgfm e até 128 cavalos

Crédito:Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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A linha 2025 do T-Cross chegou às concessionárias em maio de 2024 com uma missão bem definida: manter o utilitário esportivo da Volkswagen no topo do ranking do seu segmento. Lançado em abril de 2019, o modelo tornou-se o SUV mais vendido do Brasil em 2020, mas em 2021 foi ultrapassado pelo Jeep Renegade e pelo Hyundai Creta, e em 2022, pelo Chevrolet Tracker. Retomou o alto do pódio de vendas no segmento em 2023 e mantém a posição até agora. De janeiro a outubro deste ano, emplacou 64.541 unidades e abriu uma boa folga diante dos 56.698 emplacamentos do concorrente Creta – que foi renovado no mês passado. As novidades da linha 2025 do T-Cross incluem faróis full-led com assinatura “VW Led” e lanternas em leds em todas as versões. O sistema multimídia VW Play e algumas tecnologias de segurança tornaram-se itens de série em todas as variantes. O SUV produzido em São José dos Pinhais (PR) está disponível em quatro opções: a despojada Sense (por R$ 119.990 e com foco em frotistas e PcD), a 200 TSI (R$ 148.990), a Comfortline (R$ 167.790) e a Highline (R$ 180.690). Embora a Volkswagen não revele o mix de vendas, as concessionárias confirmam que a intermediária Comfortline é a mais vendida da linha.

A “top” Highline é a única movida pelo 1.4 TSI de 150 cavalos e 25,5 kgfm – porém, o preço quase R$ 13 mil superior ao da Comfortline parece ser o suficiente para inibir a maioria dos compradores. Nas outras versões, o 1.0 TSI de três cilindros pouco mudou desde seu lançamento em 2019 – recebeu apenas recalibrações para atender às novas normas de emissões. Entrega 128 cavalos de potência com etanol e 116 cavalos com gasolina, ambos a 5.500 rpm, com torque de 20,4 kgfm para ambos os combustíveis, sempre a 2 mil rpm. No T-Cross, o motor é sempre associado à transmissão automática de 6 marchas. Pelos dados da Volkswagen, com esse “powertrain”, o SUV acelera de zero a 100 km/h em dez segundos e atinge a velocidade máxima de 192 km/h. Em termos de consumo, de acordo com o Inmetro, o T-Cross Comfortline 2025 roda 8,2 km/l com etanol e 11,9 km/l com gasolina na cidade. Na estrada, o consumo melhora para 10,1 km/l com etanol e para 14,3 km/l com gasolina.

A linha 2025 do T-Cross praticamente manteve as dimensões originais do modelo: 4,22 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1.57 metro de altura e 2,65 metros de entre-eixos. O porta-malas oferece capacidade de 373 litros – com o encosto mais reto com a ajuda de uma peça metálica, cresce para 420 litros. O tanque de combustível comporta 49 litros. Na reestilização, o design ficou mais parecido com o modelo vendido na Europa desde 2023. Todas as opções no Brasil receberam os faróis em leds com luzes de circulação diurna – o sistema IQ. Light dos faróis do T-Cross europeu ainda não surgiram por aqui. Já os faróis auxiliares de milha foram abolidos na linha 2025 do T-Cross. Na dianteira, o modelo trouxe novos para-choque e grade, e os faróis são interligados por uma barra cromada. Atrás, as lanternas em leds agora são unidas por uma faixa iluminada e trazem luzes de posição também em leds mais grossas, no formato de “C”. Há um rack de teto longitudinal na cor preta.

De série, o T-Cross Comfortline é bem recheado. Traz ar-condicionado automático Climatronic, direção elétrica, trio elétrico, chave presencial com partida por botão, seis airbags (dois frontais, dois laterais nos bancos dianteiros e dois de cortina), freios ABS com EBD, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sensor de fadiga, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros e frenagem autônoma de emergência. Agrega ainda câmera de ré, carregamento de celular por indução, retrovisores externos com função “tilt-down”, Isofix, indicador de perda de pressão de pneus, painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas, multimídia VW Play com tela semiflutuante de 10,25 polegadas, rodas de 17 polegadas com pneus 205/55, start&stop, ACC – controle adaptativo de velocidade e distância – e AEB – frenagem autônoma de emergência com reconhecimento de pedestre.

Como opcionais para a Comfortline, há o Pacote Design View – acrescenta aplique do painel escurecido e revestimentos dos bancos parcialmente em couro –, por R$ 3.120, e o Pacote Sky View II, que custa R$ 7.690 e incorpora teto solar panorâmico, espelho interno eletrocrômico, luzes de leitura na frente e sensor de chuva (ambos presentes no modelo testado). Os preços de tabela apontados para a linha T-Cross valem somente para a carroceria na cor Preto Ninja. A cor sólida Branco Puro acresce R$ 900, as metálicas Prata Pyrit, Cinza Platinum e Azul Norway (a do modelo testado) e a especial Vermelho Sunset somam R$ 1.750 à fatura. 

Experiência a bordo

Dimensão ampliada

Quem entra no T-Cross 200 TSI Comfortline se impressiona com o espaço. É bastante generoso para um SUV compacto – o entre-eixos de 2,65 metros resulta em bastante área livre para quem viaja no banco traseiro. Tanto na frente quanto atrás, a percepção de espaço é similar à proporcionada pelos sedãs médios. Com um dos melhores espaços internos da categoria, permite acomodar bem todos os ocupantes, sem pressionar os joelhos de ninguém. O opcional teto solar panorâmico Sky View aumenta a percepção de amplitude a bordo. 

O volante multifuncional tem regulagem de altura e de profundidade, o que facilita achar uma posição confortável para dirigir. O tablier tem um revestimento em cinza claro na versão Comfortline e abriga a central multimídia VW Play com tela semiflutuante de 10,25 polegadas, que integra as imagens da câmera traseira de auxílio ao estacionamento. O painel de instrumentos é totalmente digital. O ar-condicionado é automático, a chave é do tipo presencial com partida por botão, os bancos são revestidos em um polímero que simula couro e os dianteiros, com costuras aparentes, têm a inscrição “T-Cross” no encosto. O freio de estacionamento é convencional por alavanca – nada de freio eletrônico por botão.

A sensação de requinte é reforçada pelos sensores de estacionamento, pelos retrovisores externos com rebatimento automático, pelo carregador de celular com indução e pela iluminação ambiente em leds. Para o banco traseiro, além das duas entradas USB-C, existem duas saídas do ar-condicionado. No porta-malas com sistema de ajuste variável de espaço, a capacidade de 373 litros, com o encosto mais reto traseiro, pode ser ampliada para 420 litros – mas, nesse caso, os ocupantes do banco de trás ficam em uma posição excessivamente ereta, que é um tanto desconfortável para viagens longas.

Impressões ao dirigir

Fácil de gostar

No T-Cross Comfortline, o motor 200 TSI Total Flex desenvolve potência de até 128 cavalos a 5.500 rpm, com etanol – com gasolina, são 116 cavalos, à mesma rotação. O torque máximo é de 20,4 kgfm (ou 200 Nm), o que justifica a denominação do motor), com gasolina ou etanol, sempre na faixa de 2 mil a 3.500 rpm. Nada que insinue esportividade, mas são números suficientes para mover com desenvoltura os 1.259 quilos do SUV. O motor trabalha combinado a um câmbio automático de 6 marchas com função Tiptronic, que conta com uma manopla ergonômica e aletas no volante para quem prefere trocas manuais de marchas. O modelo é interessante para dirigir e oferece bastante agilidade no trânsito. Faz de zero a 100 km/h em 10,4 segundos e atinge 184 km/h de velocidade máxima. 

Apesar do discreto “turbolag” e de o câmbio automático ter um sutil “delay” de reação, principalmente em baixos giros, as arrancadas e retomadas ficam longe de serem preguiçosas. A elasticidade do conjunto permite encarar ladeiras sem precisar recorrer à primeira marcha. Na estrada, o motor turbo de litragem pequena “sofre” um pouco em altas rotações – mas é bem melhor que os aspirados de baixa cilindrada. Nas curvas rápidas, a rigidez torcional faz com que a inclinação seja contida. A suspensão é tipicamente Volkswagen, firme sem ser desconfortável. A assistência elétrica oferece respostas bem diretas aos comandos do volante e os freios, a disco nas quatro rodas, dão conta do recado com eficiência. Sistemas como os controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa ajudam a tornar a vida do motorista mais tranquila, assim como a câmera de ré e os sensores dianteiros de estacionamento. Sistemas auxiliares como o ACC e o AEB reforçam a segurança. A configuração Comfortline traz o seletor do perfil de condução, comandado na tela do VW Play, que atua no gerenciamento do motor, do ar-condicionado e da transmissão. Nele, o motorista escolhe a experiência de direção entre os modos “Eco”, “Sport”, “Normal” e “Individual”. 

Ficha Técnica

Volkswagen T-Cross Comfortline

Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 válvulas, 999 cm3, turbocompressor, duplo comando de válvulas e injeção eletrônica de combustível

Potência: 128 cavalos (E) 116 cavalos (G) a 5.500 rpm

Torque máximo: 20,4 kgfm (E) 20,4 kgfm (G) a 2.000 rpm

Transmissão: automática de 6 marchas

Tração: dianteira

Direção: assistência elétrica

Suspensão: dianteira independente tipo MacPherson com mola helicoidal, traseira com eixo de torção e mola helicoidal

Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira

Pneus: 205/55 R17

Dimensões: 4,22 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,57 metro de altura e 2,65 metros de entre-eixos 

Tanque de combustível: 49 litros

Peso: 1.259 kg

Porta-malas: 373 litros

Preço: R$ 167.790. O Pacote Design View custa R$ 3.120, o Pacote Sky View II, R$ 7.690 e a cor Azul Norway, R$ 1.750, somando R$ 12.560 à fatura do modelo testado e totalizando R$ 180.350

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