Corte de Gastos: Governo enfrenta pressão interna em discussões decisivas desta semana
O governo está sob pressão para implementar um ajuste fiscal que permita manter operante o arcabouço fiscal aprovado no ano passado
- Data: 11/11/2024 09:11
- Alterado: 11/11/2024 09:11
- Autor: Redação/AI
- Fonte: G1
Fernando Haddad
Crédito:Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O impasse nas negociações sobre o pacote de corte de gastos do governo federal adentra sua terceira semana sem previsão de anúncio oficial, deixando o mercado financeiro em alerta. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após um fim de semana em São Paulo, retorna a Brasília para continuar as tratativas que, até o momento, não foram detalhadas. A expectativa inicial era de que as medidas fossem anunciadas na semana anterior, contudo, mesmo após diversas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não há definição.
Haddad havia planejado uma viagem à Europa, mas foi solicitado a permanecer no Brasil devido ao contexto econômico desafiador, marcado por pressões inflacionárias e a alta do dólar. Em paralelo, resistências internas surgem, especialmente entre ministros cujas pastas podem ser impactadas pelos cortes propostos. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou descontentamento com possíveis alterações no seguro-desemprego e outros benefícios trabalhistas sem prévia consulta, chegando a cogitar sua demissão caso tais mudanças ocorram sem diálogo. Situação similar foi expressa pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
Além disso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que deveriam discutir as medidas propostas pelo governo, tiveram suas agendas alteradas devido ao falecimento do pai de Pacheco. Ambos estão previstos para retornar a Brasília nesta segunda-feira.
O governo está sob pressão para implementar um ajuste fiscal que permita manter operante o arcabouço fiscal aprovado no ano passado. Economistas argumentam que esse ajuste é crucial para controlar a dívida pública e evitar uma escalada nos juros, que poderia prejudicar investimentos e consumo. Entretanto, um manifesto lançado por acadêmicos e parlamentares critica as políticas de austeridade fiscal em discussão, afirmando que elas podem comprometer direitos sociais fundamentais.
O cenário econômico é complexo: a falta de clareza nas medidas gera incerteza no mercado financeiro, influenciando negativamente o dólar e os juros futuros. Sem um controle eficaz sobre os gastos públicos obrigatórios, políticas públicas vitais correm risco de serem inviabilizadas no futuro próximo devido à compressão orçamentária.
Por fim, especialistas destacam que a implementação das medidas fiscais enfrentará desafios políticos significativos. A capacidade do governo em obter apoio político para estas ações será determinante para seu sucesso ou fracasso. Enquanto isso, o debate continua acirrado entre as necessidades de ajuste fiscal e a proteção dos direitos sociais.