Casa Museu Ema Klabin inaugura Exposição América pré-colombiana: corpo e território

Mostra exibe mais de 90 peças arqueológicas de antigas civilizações de regiões que hoje pertencem aos territórios do Peru, Equador, México, Costa Rica, Colômbia, Bolívia, Brasil e Venezuela

  • Data: 01/11/2024 08:11
  • Alterado: 01/11/2024 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Casa Museu Ema Klabin
Casa Museu Ema Klabin inaugura Exposição América pré-colombiana: corpo e território

Vaso de cerâmica da cultura Nasca (100 a.C – 650 d.C) com representação de ser mítico antropomorfo, da Coleção Ema Klabin

Crédito:Massapê Audiovisual/ Sergio Zacch

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A Casa Museu Ema Klabin promove até o dia 23 de fevereiro de 2025, a exposição América pré-colombiana: corpo e território, que apresenta mais de 90 peças arqueológicas de diversas civilizações pré-colombianas que habitaram as Américas por mais de 15 séculos. Com curadoria de Daniela La Chioma e Emerson Nobre, a exposição reúne peças da Coleção Ema Klabin, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), da Coleção Ivani e Jorge Yunes e de coleções particulares.

A mostra apresenta peças datadas entre 1800 a.C e 1750 d.C, produzidas em cerâmica, metais, têxteis, pedra e concha. Muitos destes artefatos são expostos pela primeira vez. A exposição explora a diversidade cultural e as concepções sobre corporalidade dos povos originários por meio de três eixos narrativos: corpo, mito e natureza, e sonoridades.

A representação dos corpos nas peças era uma característica central na produção de várias culturas na América indígena. Além disso, as sonoridades desempenhavam um papel crucial na experiência corporal e mítica. As sociedades ameríndias criaram diversos instrumentos musicais utilizados tanto em rituais quanto como forma de comunicação a longa distância.

“A principal mensagem que queremos transmitir aos visitantes da exposição América pré-colombiana: corpo e território é que a América, antes da chegada dos europeus, era um continente extremamente diverso, com grande sofisticação cultural, ecológica e tecnológica. Os modos de vida destes povos antigos têm muito a nos ensinar sobre as relações em harmonia com a natureza e com a sustentabilidade”, afirma a curadora da exposição, Daniela La Chioma, doutora em arqueologia pelo MAE-USP.

Segundo Emerson Nobre, a exposição foi planejada levando em consideração a maneira como os povos indígenas das Américas entendem e vivenciam o corpo humano. “Desde a concepção desta exposição, percebemos que muitas das temáticas poderiam ser norteadas pela noção de corporalidade ameríndia, segundo a qual ‘o corpo é o lugar pelo qual as pessoas são socializadas’. Os povos que produziram esses objetos são os ancestrais dos povos que habitam o nosso continente hoje e as histórias desta mostra não dizem respeito apenas ao passado, mas também aos povos indígenas que há milhares de anos habitam este continente e vivenciam as suas corporalidades”, analisa o curador da exposição, que é mestre em arqueologia pelo MAE-USP e especialista em coleções arqueológicas da Amazônia.

Diversas civilizações

A exposição revela uma diversidade de culturas da região do atual Peru, abrangendo a costa norte (Mochica, Chimu, Lambayeque, Vicús), a costa central (Chancay) e a costa sul (Nasca). A Amazônia também está fortemente representada, com um grande número de peças, principalmente da cultura Marajoara, além de artefatos das culturas Santarém, Maracá, Aruã, Caviana e da Tradição Polícroma da Amazônia. Além disso, a mostra inclui peças de civilizações do Equador, México, Costa Rica, Colômbia, Bolívia e Venezuela, proporcionando uma visão abrangente do patrimônio cultural e arqueológico das Américas.

Destaques

Entre as raridades, destacam-se duas peças andinas do MAE-USP, da Coleção Ivani e Jorge Yunes, que retratam a figura do felino em transformação, uma da cultura Cupisnique e a outra da cultura Chimú-Inca. Outro destaque da região Andina são os vasos escultóricos da cultura Mochica, que representam rostos de guerreiros e governantes com grande realismo, e os cântaros da cultura Chancay, usados como peças funerárias para armazenar oferendas, como grãos e líquidos, junto ao falecido.

A exposição também apresenta objetos sibilantes, que, ao serem preenchidos com água e movimentados, produzem som. Um dos vasos da Coleção Ema Klabin é bastante raro por suas características morfológicas e iconográficas.

Da cultura Marajoara, na Amazônia, a mostra apresenta um pote utilizado para colocar tintas e pigmentos. Além disso, estão em exposição urnas funerárias antropomorfas do estuário amazônico, que mostram a diversidade na representação do corpo dos povos que habitavam aquela região.

Há várias curiosidades sobre os artefatos e civilizações apresentados. Na coleção de peças da Amazônia, as tangas de cerâmica da cultura Marajoara merecem atenção especial. “São peças que apresentam uma diversidade de tamanhos, formatos e tipos de decoração. Podemos presumir que essa variedade esteja relacionada às características das pessoas que as usavam e às ocasiões de uso. Essas tangas eram frequentemente encontradas em sepultamentos, mas apresentavam sinais de uso, como orifícios por onde eram amarradas ao copo e marcas de desgaste, mostrando que não foram feitas apenas para acompanhar os mortos”, explica o curador Emerson Nobre.

Réplicas interativas

Durante a exposição, o público tem a oportunidade de manipular réplicas de peças sonoras produzidas pelo ceramista Carlo Cury, pesquisador de cerâmica dos povos nativos.

A exposição América pré-colombiana: corpo e território conta com o apoio de Klabin S.A.

Serviço

Exposição América pré-colombiana: corpo e território

Curadoria: Daniela La Chioma e Emerson Nobre

Até 23/02/2025

De quarta-feira a domingo, das 11h às 17h

Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo.

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  • Data: 01/11/2024 08:11
  • Alterado:01/11/2024 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Casa Museu Ema Klabin









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