Ministro Mauro Vieira destaca retorno do Brasil ao cenário internacional

Em entrevista a emissoras de rádio, titular das Relações Exteriores falou sobre a posição do país no debate global de questões ambientais, de segurança alimentar e combate a desigualdades, além do fortalecimento de relações comerciais

  • Data: 09/10/2024 17:10
  • Alterado: 09/10/2024 17:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo Federal
Ministro Mauro Vieira destaca retorno do Brasil ao cenário internacional

O ministro Mauro Vieira durante a conversa com radialistas de várias regiões do país

Crédito:Joédson Alves/Agência Brasil

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Presidência do G20, preparação da COP30 em Belém do Pará, Cúpula do BRICS e a abertura de novos mercados. Esses e outros assuntos do contexto global, que ressaltam o retorno do Brasil ao cenário internacional, foram destacados pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante o programa “Bom dia, Ministro” desta quarta-feira, 9 de outubro.

“O Brasil terá, no ano que vem, dois grandes eventos, duas grandes presidências: a do BRICS e depois a COP30. São dois grandes desafios, não só para a diplomacia brasileira, mas para todo o governo. São duas enormes produções”, ressaltou o ministro.

O ano de 2025 será o da terceira presidência do Brasil à frente do BRICS, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A primeira ocorreu em 2014 e a segunda, em 2019. A terceira seria em 2024, mas Brasil e Rússia trocaram os anos de presidência por conta do G20 em território brasileiro.

Ao longo do ano, é realizada uma série de reuniões dos grupos de trabalho no país que preside o grupo. O país que detém a presidência rotativa também sedia a Cúpula do bloco. Em 2025, Brasília vai receber a Cúpula, em data a ser definida.

Já a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) será realizada em novembro de 2025, na capital paraense, com previsão de receber mais de 40 mil visitantes. O ministro ressaltou que essa será a oportunidade do Brasil mostrar os avanços e resultados na questão climática.

“Essa reunião vai ser muito importante. Vai ser um momento de avaliação dos resultados aprovados na COP de Paris, quando foi celebrado o Acordo de Paris, em 2015. Inclusive, o Brasil poderá apresentar importantes resultados, como são os decorrentes da reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, a OTCA, que o presidente Lula promoveu no ano passado em Belém do Pará”, disse.

Sobre a COP30, Mauro Vieira ressaltou que a preparação do evento conta com grande colaboração e participação do Governo do Estado do Pará. A realização do evento na capital paraense foi escolha do presidente Lula, destaca o ministro, para mostrar ao mundo a necessidade de proteger a região amazônica.

“Eu acho que o Brasil é um ator importante e tem muito o que contribuir nesta discussão da questão da mudança climática. Foi uma decisão do presidente Lula de candidatar o Brasil e de escolher a cidade de Belém. Ele queria que fosse realizada na Amazônia, para chamar a atenção do mundo para a importância da Amazônia”, afirmou.

COP29 — Ainda em 2024, em novembro, o Brasil participará da COP29, a ser realizada em Baku, capital do Azerbaijão. Em relação à questão ambiental, o ministro enfatizou que o Brasil mantém uma postura forte na proteção do meio ambiente, ao mesmo tempo em que se destaca como um dos maiores produtores agrícolas.

“O Brasil não precisa derrubar uma árvore sequer para aumentar exponencialmente sua produção agrícola, que já é enorme, é gigantesca. Há milhões de hectares de terras que estão degradadas e que estão sendo recuperadas, nesse momento, por ações do governo”.

CÚPULA DO G20 — Sobre a Cúpula do G20 que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro, o ministro destacou que o evento será o ápice da presidência do Brasil à frente do grupo. Como marca disso, está a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do governo brasileiro para combater a fome e as desigualdades no mundo.

“Essa Aliança Global reunirá países que queiram contribuir financeiramente, mas também será uma espécie de plataforma para que todos os países tenham acesso aos diferentes programas que cada país possui nesta área, programas que tenham mais êxito e que se possa fazer recurso direto a esses países”, explicou o chanceler.

Na última segunda-feira, a Alemanha aderiu formalmente à iniciativa, sendo o primeiro país do G20 a aderir à Aliança Global. A iniciativa brasileira tem o objetivo de estabelecer uma união internacional a fim de obter recursos e conhecimentos para implementar políticas públicas e tecnologias sociais para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. De acordo com Mauro Vieira, mais 50 países já demonstraram interesse na adesão e demonstra a grande contribuição do Brasil na luta contra a fome e às desigualdades.

“A Aliança já tem cerca de 50 membros que anunciaram que vão aderir. Isso é mais do que a composição do G20. Muitos organismos internacionais também participarão, como o Banco Interamericano, o Banco Mundial e outras organizações. Isso será, sem dúvida nenhuma, uma grande contribuição do Brasil à questão da fome, da luta contra a pobreza e desigualdade no mundo”, declarou.

O ministro também destacou outras iniciativas, como na área da saúde e na inclusão digital. O G20 é um importante mecanismo de articulação e de troca, não só entre as maiores economias do mundo, mas também com países em desenvolvimento e do Sul Global. Mauro Vieira ressaltou que a inclusão digital também está entre as prioridades nos debates.

“Uma das funções do G20 é justamente essa: promover discussões importantes e profundas nas mais diferentes áreas. A inclusão digital é fundamental. Não haverá processo de desenvolvimento e de crescimento se não houver a inclusão social. Num país da dimensão do Brasil, é impossível se ter educação, saúde, bem-estar, sem haver uma inclusão social, sem haver uma possibilidade de participar nas estruturas do Estado por via digital”, declarou.

PRESIDÊNCIA DO G20 — O ministro ressaltou a importância de ter países do Sul Global à frente do G20 para discutir assuntos fundamentais para o mundo e essas regiões. Ele destacou a Indonésia, Índia, Brasil e, no ano que vem, a África do Sul. “Houve uma coincidência muito positiva, que foi ter quatro países em desenvolvimento, do chamado Sul Global, na presidência do G20. Com isso, nós teremos quatro países que vão dirigir seu trabalho e sua organização durante as respectivas presidências do G20 para os assuntos que são fundamentais, que são importantes”, disse.

NOVOS MERCADOS — Ainda no contexto internacional, o ministro falou da importância de avançar e estreitar as relações comerciais com outras regiões, como a Ásia e o Golfo Pérsico. Ele destacou a aproximação do Brasil com o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que reúne seis países do Golfo Pérsico, numa parceria de acordos comerciais e de investimentos. “São países com uma altíssima renda per capita, com um grande PIB, grandes produtores e exportadores de petróleo e também clientes cada vez mais, que se fixam mais como clientes tradicionais das importações brasileiras”

Na entrevista, o ministro também mencionou a participação brasileira na Reunião Ministerial de Diálogo Estratégico entre o Brasil e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). Os países do CCG são o 5º maior mercado para exportações brasileiras.

“Uma reunião muito importante, em que discutimos os interesses de cada país, não só comerciais, como de investimentos. Esses países são grandes investidores, com uma grande capacidade de investimento no exterior, por seus fundos nacionais, seus fundos soberanos”, sintetizou.

BRICS – Entre os dias 22 e 24 de outubro, será realizada a Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia. Será a primeira reunião dos chefes de Estado com a nova configuração do BRICS, que agora conta com dez países. “Nós vamos ter reunião do BRICS em Kazan, em poucos dias, em uma semana e meia, vai ser uma reunião muito importante. Nessa reunião, vai ser discutido e decidido a forma em que essa expansão continuará a acontecer”, declarou o ministro.

Segundo o ministro, cerca de 30 países já manifestaram interesse em aderir ao BRICS. A discussão sobre a entrada dessas novas nações e como isso será feito será definida durante a cúpula na Rússia. “O BRICS é uma plataforma muito importante e muito interessante, começando com cinco países que deram origem à sigla BRICS, mas se expandindo para outros importantes atores na comunidade internacional nesse momento. É mais um âmbito de diálogo. O diálogo entre essas diferentes plataformas só contribuirá para um melhor entendimento entre as nações”, completou.

ELEIÇÕES — Outro assunto comentado pelo ministro foi o fato de que o Brasil atrai interesse de observadores internacionais durante as eleições. Ele destacou que um grupo de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) esteve presente no primeiro turno das eleições municipais, durante oito dias, e que já demonstrou satisfação com a qualidade do sistema eleitoral brasileiro.

“Já expressaram a satisfação com o resultado das eleições, com a qualidade do sistema brasileiro, do sistema eleitoral, com a eficiência dos equipamentos, das máquinas e com a ordem e tranquilidade e paz com que ocorreram as eleições”, disse o ministro, que completou: “Isso é só motivo de orgulho, porque, afinal de contas, há tantos anos que nós temos um sistema tão sólido, tão reconhecido internacionalmente e que nós damos tanto valor, que é bom que as missões de observação venham e constatem isso”.

QUEM PARTICIPOU — O “Bom Dia, Ministro” é um programa semanal realizado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Participaram desta edição a Rádio Nacional – EBC (Brasília/DF); Rádio Bandeirantes (São Paulo/SP); Rádio Metrópoles (Brasília/DF); Rádio Liberal (Belém/PA); Antena Esportiva (Rio de Janeiro); Agro FM (Lucas do Rio Verde/MT); Rádio CBN (Maringá/PR); Rádio Gazeta (Maceió/AL).

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  • Data: 09/10/2024 05:10
  • Alterado:09/10/2024 17:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Governo Federal









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