Corinthians e São Paulo decidem Brasileiro feminino, dominado por paulistas

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organiza a disputa mais ou menos nos moldes atuais desde 2013.

  • Data: 14/09/2024 15:09
  • Alterado: 14/09/2024 15:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Luciano Trindade
Corinthians e São Paulo decidem Brasileiro feminino, dominado por paulistas

Crédito:Staff Images | CBF

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Corinthians e São Paulo definem a partir deste domingo (15) o título do Campeonato Brasileiro feminino de 2024. Independentemente do vencedor após os duelos no Morumbis e na Neo Química Arena, palco do confronto de volta, no dia 22, será mantida a hegemonia paulista na competição.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) organiza a disputa mais ou menos nos moldes atuais desde 2013. De lá para cá, somente uma vez o campeão não foi do estado de São Paulo, em 2016, quando o Flamengo bateu o Rio Preto.

A partida na casa tricolor será às 10h, com transmissão da TV Globo e do SporTV

A certeza de que o vencedor de 2024 seria novamente da federação que levara 10 das 11 edições anteriores veio ainda nas quartas de final. Apenas paulistas avançaram à fase seguinte, repetindo o que já havia ocorrido em 2023. Nas semifinais, o Corinthians superou o Palmeiras, e o São Paulo bateu a Ferroviária.

Esse cenário começou a ser desenhado na primeira fase, uma vez que dos oito primeiros colocados, recorte que garante vaga no mata-mata, somente Cruzeiro, Grêmio e Internacional conseguiram se infiltrar no “Campeonato Paulista”. Isso mesmo em uma edição na qual o Santos acabou rebaixado, em 14º de um total de 16 equipes.

A sólida hegemonia dos paulistas na competição é explicada por diversos fatores. Para Ana Lorena Marche, diretora de futebol feminino da FPF (Federação Paulista de Futebol), faz diferença, por exemplo, o Paulista feminino ser o estadual mais antigo da modalidade, com 29 edições. A primeira ocorreu em 1987, e a disputa tem sido realizada anualmente, de forma ininterrupta, desde 2004.

“Isso dá uma segurança para que os clubes invistam na modalidade”, disse Ana Lorena à Folha. Ainda de acordo com a dirigente, a ampliação do número de competições é outro incentivo para os clubes, até para a formação de categorias de base. “Por isso, saímos de uma competição feminina em 2016 para as atuais nove competições.”

Ana Lorena defende que um calendário robusto favorece a profissionalização das jogadoras. De acordo com a FPF, 50% das 350 atletas que disputam atualmente o Campeonato Paulista são profissionais. “Há uma tendência de alta nos últimos anos, o que mostra a evolução e a profissionalização da modalidade.”

A relevância dos clubes do estado no cenário nacional também é percebida no apoio de patrocinadores. Na semana que antecede a final do Brasileiro, a Petrobras anunciou o que a companhia descreve como “o maior patrocínio da história para o futebol feminino”, firmado com a Federação Paulista.

Os valores ainda estão bem longe do que pleiteiam as mulheres, que querem mais da FPF. Válido até o fim deste ano, o acordo prevê a compra dos “naming rights” de todas as competições de mulheres realizadas pela federação, entre elas a Copa São Paulo júnior, a Copa Paulista e o Campeonato Paulista, totalizando R$ 4,23 milhões em premiações para os clubes participantes.

Para efeito de comparação, por ter vencido o Campeonato Paulista masculino de 2024, o Palmeiras levou R$ 5 milhões, enquanto o Santos, como vice, ficou com R$ 1,65 milhões. Além disso, Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo receberam, cada um, R$ 40 milhões só com a verba de televisão e marketing.

O futebol feminino ainda tem um longo caminho para percorrer até chegar a cifras semelhantes. A própria Petrobras reconhece que a falta de visibilidade é um dos principais desafios da modalidade.

“A gente associa nossa imagem ao esporte que merece uma visibilidade maior, tem um espaço para que a gente trabalhe em ações afirmativas de comunicação para ajudar a quebrar questões de preconceito”, disse Alessandra Teixeira, gerente de patrocínio da empresa.

Com o acordo, a Petrobras volta a investir no futebol feminino após 15 anos. Embora o contrato anunciado tenha validade até o fim de 2024, há conversas para a renovação. A companhia pretende estabelecer um projeto de longo prazo, tendo em vista a Copa do Mundo feminina de 2027, que será realizada no Brasil.

“A Copa do Mundo é um marco temporal, daqui a três anos, mas nosso objetivo é fazer um trabalho de longo prazo”, declarou Vinícius Bastiani, gerente de patrocínio esportivo da Petrobras.

SÃO PAULO DESAFIA O DOMÍNIO DO CORINTHIANS NA MODALIDADE

É impossível dissociar o sucesso do futebol feminino paulista da vitoriosa história construída pelo Corinthians na modalidade. Em sua oitava de final de Campeonato Brasileiro, sendo a quarta de forma consecutiva, o clube busca seu sexto troféu para ganhar distância como o maior vencedor. Já tem três a mais do que a Ferroviária, a segunda equipe da lista.

Quatro vezes campeão paulista, uma da Copa do Brasil, três da Supercopa do Brasil e quatro da Copa Libertadores, o time alvinegro se tornou a maior referência no Brasil, mas vive momento de instabilidade.

O time ainda busca se acertar após perder seu vitorioso treinador em novembro de 2023, quando Arthur Elias partiu rumo à seleção brasileira. Ele levou a equipe nacional à medalha de prata com um elenco que tinha como base o próprio Corinthians, com 6 das 18 convocadas.

Sem Elias e com múltiplos desfalques por lesões, as atletas chamadas de Brabas sofreram para chegar à decisão. No confronto semifinal com o Palmeiras, venceram o jogo de ida por 3 a 1, de virada. Perderam a volta por 2 a 1 e passaram sufoco para evitar os pênaltis.

Já o São Paulo venceu a ida contra a Ferroviária por 2 a 1 e perdeu a volta por 1 a 0, com um gol já nos acréscimos, anotado com auxílio do vídeo. No retrato do confronto, apesar da definição nos pênaltis, as jogadoras tricolores foram superiores e, debutando na final do Campeonato Brasileiro, estão motivadas pelo título inédito.

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  • Data: 14/09/2024 03:09
  • Alterado:14/09/2024 15:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Luciano Trindade









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