Caminhos da Reportagem debate falta de diversidade nas equipes de IA
Atração jornalística da TV Brasil vai ao ar nesta segunda (9/9), às 23h30
- Data: 09/09/2024 14:09
- Alterado: 09/09/2024 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: TV Brasil
Cristiane Fidelis, da empresa Ília, que preza por diversidade
Crédito:Divulgação / TV Brasil
O programa Caminhos da Reportagem inédito que a TV Brasil exibe segunda-feira (9), às 23h30, revela que a inteligência artificial tem o potencial de transformar a sociedade, mas ainda carrega preconceitos históricos, como os de gênero, reproduzindo estereótipos que refletem desigualdades sociais. O episódio “Quebrando o Código: Mulheres e Inteligência Artificial” aponta para a inclusão de mais mulheres nas equipes de desenvolvimento como fator fundamental para tornar essa tecnologia mais justa e representativa.
No Brasil, apesar de as mulheres representarem 51,5% da população, elas ocupam apenas 39% dos empregos em tecnologia e 15% nos cursos de Ciências da Computação e Tecnologia da Informação. A falta de diversidade nas equipes de IA pode resultar em soluções que não atendem às necessidades de todos.
Estela Aranha, única brasileira no Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Inteligência Artificial da ONU, destaca que os dados utilizados na IA refletem uma sociedade marcada por discriminações de gênero. “A IA não vai prever o futuro, ela faz uma relação com dados do passado, que são de uma sociedade que tem discriminação de gênero”. Além disso, mulheres são frequentemente alvos de ataques na internet, como evidenciado pela equipe da assistente virtual Lu, da Magalu, que teve que se preparar para responder a interações de assédio.
Quando as mulheres se apropriam da IA, os efeitos aparecem rapidamente. Cristina Castro, criadora do Instituto Glória, desenvolveu uma IA para prever e prevenir a violência contra a mulher, utilizando a robô Glória. Um dos maiores nomes de IA no país, Sandra Ávila, professora da Unicamp, criou o projeto Araceli, que ajuda a identificar imagens de abuso sexual infantil, e agora trabalha em uma ferramenta para detectar câncer de pele. Essas iniciativas mostram como a presença feminina na IA pode gerar impactos sociais significativos.
A diversidade traz benefícios e lucros. Algumas empresas, como a Ília Digital, entenderam isso e hoje tem 30% do quadro formado por mulheres, muitas em cargos de liderança. A CEO Cristiane Fidelis destaca que a inclusão de diferentes perspectivas é um diferencial competitivo. “A gente acredita que a diversidade traz inovação e criatividade”, afirma. No entanto, a baixa presença feminina nos cursos de tecnologia ainda é um desafio, como mostra a história de Heloisy Rodrigues, a primeira mulher a se formar em IA no Brasil.
Projetos como o Meninas.comp, da Universidade de Brasília, e as iniciativas de robótica do Sesi no Distrito Federal, buscam incentivar meninas a ingressar nas áreas de tecnologia desde cedo. Com foco em equidade e representatividade, essas ações estão formando a próxima geração de mulheres na tecnologia, garantindo que suas perspectivas sejam consideradas no desenvolvimento das futuras inovações.
Serviço
Caminhos da Reportagem – segunda-feira, dia 09/09, às 23h30, na TV Brasil
Caminhos da Reportagem –segunda-feira, dia 09/09, para terça-feira, dia 10/09, às 4h30, na TV Brasil