Rio Solimões tem 65% de chance de ficar abaixo da mínima histórica, alerta governo; veja previsões

É o que apontam os alertas de vazante divulgados pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) nesta sexta-feira (23).

  • Data: 23/08/2024 20:08
  • Alterado: 23/08/2024 20:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Jorge Abreu
Rio Solimões tem 65% de chance de ficar abaixo da mínima histórica, alerta governo; veja previsões

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A Bacia do Amazonas, maior bacia hidrográfica do mundo, poderá ter neste ano um cenário mais crítico do que em 2010 e 2023, quando a região registrou mínimas históricas dos rios, deixando comunidades indígenas e ribeirinhas isoladas.

É o que apontam os alertas de vazante divulgados pelo SGB (Serviço Geológico do Brasil) nesta sexta-feira (23). A instituição, ligada ao governo federal, monitora a região e calcula os níveis dos rios com base na série histórica de dados.

O rio Solimões, que passa por 13 municípios do Amazonas, é apontado com a maior probabilidade de atingir níveis recorde de seca. Em Tabatinga (AM), o corpo hídrico tem 65% de chances de ficar abaixo do menor nível até então registrado (-86 cm, de 2010).

Na cidade de Fonte Boa (AM), tem 53% de chances de ser mais crítico que o recorde de mínima, de 8,02 m, de 2010, e em Itapéua (AM) a probabilidade é de 32% de ficar abaixo de 1,31 m, marca histórica também atingida em 2010.

“O rio Solimões entrou num processo de intensificação das descidas. Nessa fase da estiagem, por exemplo, Tabatinga apresenta níveis considerados muito baixos para essa época, abaixo das mínimas e ainda há tendência de descida”, explica Jussara Cury, pesquisadora em geociências do SGB.

Já o rio Purus, na região do município de Beruri (AM), tem a probabilidade de 34% de superar a mínima de 4,07 m (2023).

Quanto ao rio Negro, em Manaus, há 16% de probabilidade de redução abaixo da mínima histórica, de 12,70 m (2023).

E o rio Amazonas, em Itacoatiara (AM), outro ponto avaliado no estudo, tem 14% de chance de secar para além de sua baixa recorde.

“É só por meio da informação que podemos planejar e investir em ações de enfrentamento a eventos extremos”, diz André Martinelli, gerente de hidrologia e gestão territorial da Superintendência Regional de Manaus.

No ano passado, além de isolamento em municípios, a seca dos rios causou deslizamentos de terrs em margens de cursos d’água em locais como Tabatinga e Tefé. Na última cidade, foi também registrada a morte de centenas de botos pela baixa do nível e pela temperatura da água do lago de mesmo nome.

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  • Data: 23/08/2024 08:08
  • Alterado:23/08/2024 20:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Jorge Abreu









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