Veteranas da Fatec de Americana estampam roupas com folhas e flores

Elaborada como trabalho de conclusão de curso de Gisele Cristina Felipe, 53, e Maria Luiza Veloso, 44, Estamparia Botânica integra coleções de duas companhias de tecido

  • Data: 08/08/2024 11:08
  • Alterado: 08/08/2024 11:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: CPS
Veteranas da Fatec de Americana estampam roupas com folhas e flores

Ex-alunas da Fatec de Americana, Maria Luiza Veloso e Gisele Cristina Felipe são as criadoras da Estamparia Botânica

Crédito:Léo Salvato

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Gisele Cristina Felipe já estava com 50 anos de idade quando decidiu perseguir o sonho de estudar moda. Trabalhou a vida toda em lojas de roupas na cidade de Americana, como vendedora, gerente e proprietária de boutique por quinze anos, até ser obrigada a fechar as portas durante a pandemia de Covid-19.

“Com as manhãs livres, decidi que era o momento de voltar à sala de aula depois de 30 anos. Foi um desafio imenso, mas os professores e os outros alunos me ajudaram muito. Três anos que mudaram minha vida”, conta emocionada.

Passou no Vestibular para o curso superior de Tecnologia em Produção Têxtil, na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) de Americana e conheceu a também veterana Maria Luiza Veloso, então com 41 anos. Formada em modelagem, filha de costureira, Luiza cresceu entre máquinas e tecidos e logo começou a desenvolver peças para as amigas. “Tenho um ateliê onde dou aulas de modelagem, corte e costura. Estou trabalhando o lançamento de uma marca própria”, conta.

‘Resultado estético’

Durante as aulas de estamparia descobriram a técnica desenvolvida pela australiana Índia Flint e formaram dupla para o trabalho de conclusão de curso (TCC). O tema seria estamparia botânica e tingimento natural. “Decidimos ressignificar peças velhas usando flores e plantas já descartadas. Foram muitas pesquisas até chegar a uma técnica de resultado estético e boa fixação”, conta Gisele.

Assim, blusas manchadas ganharam florais, jeans receberam desenhos de folhas e uma jardineira linda fez sucesso imediato. Em uma aula prática conheceram representantes da têxtil Santista e veio o convite para criar uma coleção de inverno. A proposta de moda com menor impacto ao meio ambiente trouxe a rebote modelagens mais inclusivas e roupas sem restrição de gênero ou tamanho.

“O setor têxtil atualmente passa por um processo de transformação, onde a pegada sustentável deve ser um dos pilares a serem seguidos”, comentou o coordenador do curso, Daives Bergamasco.

Gisele e Maria Luiza se formaram em julho de 2023 e seguiram seus caminhos profissionais, mas mantém contato e recebem convites para palestras e exibições na Fatec. Seguem aprimorando a Estamparia Botânica e depois de voltar à sala de aula, não querem sair mais.

“Estou realizada por fazer minha faculdade e já tenho pós-graduação em modelagem encaminhada”, diz Maria Luiza. “Sigo estudando tingimentos naturais e comecei uma pós-graduação em marketing de moda. Estou com 54 anos e posso dizer que nunca é tarde para aprender e perseguir nossos sonhos”, resume Gisele.

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  • Data: 08/08/2024 11:08
  • Alterado:08/08/2024 11:08
  • Autor: Redação
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