São Paulo não tem vacina da dengue para aplicar segunda dose em crianças
Imunizantes contra a Covid também estão em falta; Secretaria Municipal da Saúde faz remanejamento de doses
- Data: 04/06/2024 18:06
- Alterado: 04/06/2024 18:06
- Autor: Redação
- Fonte: Patrícia Pasquini/Folhapress
Crédito:André Baldini
As vacinas contra a dengue e a Covid estão em falta na cidade de São Paulo. A informação foi dada pelo secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, durante entrevista ao Bom Dia SP, da TV Globo.
“Da vacina da dengue recebemos 177 mil doses do governo federal e já vacinamos todo mundo. Acabou a vacina da dengue. Essa quantidade nós recebemos após enviar mais de quatro ofícios para o Ministério da Saúde”, afirmou o secretário.
“Essa semana estou mandando outro ofício porque estou preocupado, inclusive, porque preciso dar a segunda dose para as crianças que já tomaram a primeira, e ainda falta mais de 400 mil crianças para vacinar.”
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde esclareceu que, em abril, recebeu do Ministério da Saúde um lote com 177.679 doses da Qdenga para o município -quantia insuficiente para atender à demanda da cidade de São Paulo, estimada em 800 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Atualmente, a capital conta com cerca de 10 mil doses do imunizante contra a dengue.
Nesta terça-feira (4), a pasta enviou um ofício ao ministério solicitando o envio de novas doses das vacinas para dengue e Covid.
O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) afirmou à reportagem que nenhum outro município paulista registrou falta de imunizantes para as doenças.
“A Secretaria de Estado da Saúde recebeu 180.360 doses da vacina contra a dengue na quarta-feira (29). A previsão é de que mais 212.149 doses do imunizante contra a dengue cheguem ao estado de São Paulo na próxima quinta-feira (6)”, diz a nota enviada ao jornal.
Até o momento, apenas a região do Grupo de Vigilância Epidemiológica de Mogi das Cruzes iniciou a imunização com a segunda dose, respeitando o intervalo mínimo de três meses.
Segundo o vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, seguindo as orientações do Programa Nacional de Imunizações, os municípios devem guardar metade das doses recebidas com o objetivo de garantir o esquema de vacinação completa
“Não faz sentido começar o esquema e não terminar. É erro de gestão. As doses foram distribuídas, as faixas etárias ampliadas. Sempre nos informes o que ficava muito claro é que os esquemas iniciados precisariam ser terminados. As pontas de cada gestão devem se atentar a isso”, afirma Kfouri.
Em relação ao imunizante contra a Covid, de acordo com Zamarco, o município tem apenas 50 mil doses -quantidade insuficiente para vacinar todo o público-alvo. As doses estão sendo remanejadas entre as UBSs.
O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA SAÚDE?
Desde o início de maio, o Ministério da Saúde encaminhou ao estado paulista 561 mil doses da vacina da Covid-19 XBB 1.5.
O envio a cada unidade da federação é definido a partir da articulação com as centrais estaduais. As remessas são fracionadas e elaboradas de acordo com a capacidade de armazenamento e as condições técnicas de cada estado.
O Ministério recebeu todas as 12 milhões de doses contratadas e possui seus estoques abastecidos. A quantidade é suficiente para abastecer os estados e municípios até que as próximas aquisições sejam concluídas.
Em relação à dengue, o órgão adquiriu todo o estoque disponível de vacinas do fabricante -5,2 milhões de doses, que serão entregues até novembro de 2024.
Também foram distribuídas aos estados 1,32 milhão de doses fornecidas sem custo ao governo federal.
Para 2025, as 9 milhões disponibilizadas pela farmacêutica também foram compradas. Novas aquisições estão condicionadas a disponibilidade de doses ao governo federal.