Prefeito de São Paulo diz que modelo de escola cívico-militar está sendo demonizado
Ricardo Nunes afirma que, uma das ideias, é implementar esse formato nas escolas profissionalizantes da capital, mas aguarda regulamentação do projeto sancionado por Tarcísio de Freitas
- Data: 28/05/2024 13:05
- Alterado: 28/05/2024 13:05
- Autor: Redação
- Fonte: Carlos Petrocilo/Folhapress
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
Crédito:Wilson Dias/Agência Brasil
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), saiu em defesa do modelo das escolas cívico-militar, sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A jornalistas, nesta terça-feira (28), Nunes disse que o modelo está sendo “demonizado”.
“Estou impressionado como todo jornalista pergunta sobre escola cívico-militar. Parece que é algo de outro planeta, de Marte. Não estou conseguindo entender, ou não tenha me atualizado de como será a proposta”, afirmou o prefeito.
“Foi sancionado ontem. A gente nem sabe como vai ser a regulamentação. Vamos fazer tudo aquilo que for bom para as pessoas. Estão demonizando um negócio ainda pouco discutido”, completou Nunes.
No Palácio dos Bandeirantes, o modelo é tido como uma bandeira bolsonarista na área educacional.
Tarcísio passou a prometer a implementação das escolas cívico-militares depois que o governo Lula (PT) anunciou, em julho do ano passado, o fim do programa nacional de escolas cívico-militares criado por Jair Bolsonaro (PL).
Em seu projeto de reeleição neste ano, Nunes pretende contar com apoio de Tarcísio e Bolsonaro diante do pré-candidato à prefeitura e deputado Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente petista.
O modelo é opcional, caberá aos pais ou responsáveis escolher pela matrícula na instituição cívico-militar ou convencional.
O município também poderá firmar convênios com o governo estadual para implantar o modelo na rede municipal.
Apesar da falta de conhecimento do processo de regulamentação, Nunes antecipou que a capital irá aderir ao modelo. Uma das possibilidades, segundo o prefeito, é implementá-lo no ensino profissionalizante.
“No ensino médio tenho só 2.500 alunos, entre os mais de 1 milhão e 80 alunos que temos na rede. O restante está no ensino do estado. [O que podemos fazer] é utilizar as escolas profissionalizantes. No Brasil, o número de jovens desempregados está sempre batendo no dobro da média nacional”, afirmou o prefeito.
“A gente pode ter opções para os jovens fazerem cursos profissionalizantes, é importante, sempre ajuda. Pode ser curso de mecânica, de línguas. Eu fiz datilografia. Estamos colocando na rede, hoje, curso de DJ, de sonoplastia”, falou Nunes.
O projeto de Tarcísio prevê que os policiais militares da reserva que atuarem em escolas cívico-militares vão receber mais do que os professores da rede estadual paulista.
Pela proposta, os agentes aposentados vão receber um adicional de até R$ 6.034 – o valor é 13% superior ao piso salarial dos docentes em São Paulo.
Segundo a proposta de Tarcísio, os PMs da reserva vão atuar nessas escolas para cuidar da “segurança escolar” e desenvolver “atividades extracurriculares de natureza cívico-militar”.
“O conteúdo pedagógico continua sendo dos professores, o que muda é que poderá ter policiais e bombeiros trabalhando conjuntamente no ambiente escolar”, defendeu o prefeito.
“A gente tem policiais militares e bombeiros, pessoas que prestaram concursos e têm aptidão de colocar a sua vida em risco em prol da minha defesa, da sua defesa. Não vejo nada de errado”, concluiu.