Pesquisa da USCS avalia engajamento de jovens mulheres do ABC Paulista
Intervenção sugere produção de contos baseados nas vivências, publicados em plataforma digital interativa
- Data: 21/05/2024 15:05
- Alterado: 21/05/2024 15:05
- Autor: Redação
- Fonte: USCS
Campus Conceição
Crédito:Divulgação
Como se dá a constituição do feminismo a partir das narrativas de jovens mulheres, considerando suas formas de expressão, pautas e engajamento na região do ABC paulista? Esta foi a pergunta norteadora da pesquisa da aluna Angélica Aparecida Sanches Hamasaki no Mestrado Profissional em Inovação na Comunicação de Interesse Público da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). O objetivo geral da pesquisa foi compreender a constituição do feminismo jovem como movimento político social, a partir das narrativas de jovens mulheres do ABC paulista. A orientação da pesquisa de Angélica foi da Profa. Dra. Rebeca Nunes Guedes de Oliveira.
De acordo com Angélica, sua motivação para o estudo reside no interesse pelas inquietações e vivências desta nova onda, em especial das mulheres jovens, além de sua tomada de ações, seja nas esferas pública ou privada; e nas diferentes formas de expressão e engajamento destas mulheres. “Considerando que os contextos históricos mudam, assim como as implicações e necessidades do meio social, reflete-se a necessidade e relevância do feminismo e de sua compreensão atualmente. Ademais, reconhecendo a presença das assimetrias e distorções reproduzidas em relação ao feminismo, busca-se compreender e dar visibilidade às vozes presentes dentro do movimento. Desta forma, é possível combater o ruído desinformacional e compartilhar experiências autênticas e descobertas verídicas de sujeitos feministas da atualidade”, pondera a pesquisadora.
Angélica conta que o tema deste estudo se concentrou na análise de experiências de jovens mulheres feministas sob a perspectiva da interseccionalidade, considerando suas identidades, formas de expressão, engajamento e especificidades na região do ABC Paulista. Para compreensão das dimensões que foram exploradas e dos feminismos, foi desenvolvido um levantamento sobre fases do movimento político-social no Brasil e suas diferentes formas de comunicação, expressão e engajamento. As observações realizadas do movimento feminista e das pautas que permeiam as vivências envolvidas foram desenvolvidas no recorte local e a partir da perspectiva interseccional. “Quanto ao recorte regional, a pesquisa observou, a partir da coleta de histórias de vida de jovens feministas, a forma como o feminismo é entendido e organizado entre jovens da região do ABC Paulista. O direcionamento da pesquisa para as cidades do ABC Paulista se deu pela escassez de estudos no tema delimitados na região”, justifica a ex-aluna do PPGCOM-USCS.
A pesquisadora explica que a seleção das participantes ocorreu a partir de amostragem de acessibilidade ou conveniência. As participantes obedeceram aos seguintes critérios: a) ter entre 18 e 29 anos de idade; b) identificar-se como feminista; c) atuar nas cidades do ABC Paulista; d) todas as participantes da pesquisa se articulam em meio político, são parte de algum coletivo ou atuam junto ao movimento feminista de alguma maneira. “Foi aplicado um questionário de caracterização, de maneira a fornecer dados iniciais e conhecimento prévio das entrevistadas. Em seguida, foram definidos os períodos para realização das entrevistas”, conta Angélica. Das cinco entrevistas realizadas neste estudo, quatro se desenvolveram presencialmente, em ambientes de comum acordo com as entrevistadas. Uma das participantes do estudo optou pela modalidade online, neste caso através da ferramenta “Zoom”.
Resultados – Todas as entrevistadas estavam organizadas e se articulavam em diferentes contextos: duas estavam no cenário político, duas faziam parte de um coletivo parte de um movimento central na região e, finalmente, uma era parte de uma rádio coletiva. “Foi possível observar um diálogo forte do feminismo concebido pelas jovens com ondas anteriores, na retomada de ações que estavam presentes na origem do movimento, como as reuniões presenciais e rodas de conversa ou divulgação através de jornais próprios. A própria internet, advento tecnológico recente, foi delineada apenas como espaço de convocação para o presencial ou para ilustração do trabalho desenvolvido pelos coletivos que integram”, conta Angélica.
A proposta de intervenção consistiu na leitura e observação de situações e tópicos presentes nos relatos para produção de contos baseados nas vivências, que serão publicados em plataforma digital interativa.
Segundo a orientadora da pesquisa de Angélica, a Profa. Dra. Rebeca Nunes Guedes de Oliveira, “a importância do trabalho está em dar visibilidade à importante contribuição que o feminismo tem na conquista pela cidadania das mulheres a partir de histórias contadas por jovens que são parte dessa história em nossa região do ABC paulista”, avalia.
A íntegra da dissertação de Angélica Aparecida Sanches Hamasaki está disponível no link: https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/891.
O programa de Mestrado Profissional em Inovação na Comunicação de Interesse Público da USCS busca a capacitação de profissionais, nas diversas áreas do conhecimento, mediante o estudo de técnicas, processos, ou temáticas que atendam a alguma demanda do mercado de trabalho. Informações sobre o programa: https://uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/ppgcom/mestrado-profissional-em-comunicacao.