Shows variados agradam público e artistas da Virada da Solidariedade

Na periferia, população elogiou formato que leva apresentações de qualidade a todas as regiões da cidade

  • Data: 20/05/2024 08:05
  • Alterado: 20/05/2024 08:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
Shows variados agradam público e artistas da Virada da Solidariedade

Virada Cultural em São Miguel Paulista

Crédito:Masao Goto Filho/SECOM

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Do vendedor de hambúrguer ao DJ famoso, da dona de casa que mora na periferia ao paulistano de vive no Centro, o formato descentralizado da Virada da Solidariedade foi lembrado neste domingo (19) como um exemplo de festa democrática, que leva cultura e entretenimento a todas as regiões da cidade.

“Estou muito feliz de estar fazendo parte de um evento tão bacana como este, muito eclético, democrático, toca de tudo, tem todo o tipo de artista, tudo o que o povo gosta. Estou muito feliz de fazer parte, ainda mais pela causa nobre deste ano, que é ajudar os nossos amigos do Rio Grande do Sul”, disse Dennis DJ, pouco antes de subir ao Palco Anhangabaú, às 15h.

O artista se refere ao modelo descentralizado da festa, que já havia sido adotado pela Prefeitura de São Paulo na edição do ano passado. Nesse formato, a Prefeitura instala 12 arenas, com 22 palcos, em todas as regiões da cidade, além do Centro, como Brasilândia, Parelheiros, Cidade Tiradentes e Heliópolis.

Areta de Oliveira Moraes, 32 anos, é um exemplo de quem só foi à Virada porque estava perto de onde mora. Ela aproveitou que dois dos seus artistas preferidos iam se apresentar em uma rua pertinho da sua casa e foi com os filhos e o marido para os shows de Sandra Sá e Mumuzinho, na Brasilândia, Zona Norte. “Se fosse no Centro eu não iria, nunca fui quando era só lá. Mas desde o ano passado, quando veio pra cá também, eu venho com a família. Eu gosto porque dá para trazer as crianças, é perto de casa, não se perdem”, disse.

Também na Brasilândia, a dona de casa Conceição Maria do Nascimento Souza, 53 anos, que foi à arena para ver os shows da cantora gospel Nicoli Francini e de Mumuzinho, disse que não iria se a Virada fosse na região central. “É muito longe. Aqui está muito bom. Os meus vizinhos também estão todos aqui”, afirmou.

É exatamente esse o objetivo da Virada descentralizada em sua proposta democrática e inclusiva: que a população sinta que pertencente à ampla programação marcada por grandes atrações.

Neste modelo, cada arena (exceto Parelheiros e Cidade Tiradentes), conta com dois palcos, com programação intercalada. Dessa forma, a Prefeitura estimula a economia nas periferias. Em 2023, o modelo foi aprovado por 86% do público, de acordo com dados do Observatório do Turismo e 63,9% dos entrevistados pela pesquisa acreditam que o formato do evento melhorou ou melhorou muito.

Para a coordenadora de manutenção de lojas de shopping, Gislene Domiciano Soares, 45 anos, a proposta é perfeita. “A iniciativa é bacana porque faz com que a população local comece a participar dos eventos culturais, pois no Centro nem todos estão participando. Se fosse no Centro eu não iria”, disse Gislene, que mora no Jardim Peri e assistiu a todos os shows de sábado e domingo na Arena Brasilândia. “Filmei, fotografei, publiquei nas minhas redes sociais.”

Gospel agrada

Como um dos objetivos da Virada é atender todos os estilos, os shows de música gospel agradaram muita gente. Visivelmente emocionado após a apresentação da cantora Cassiane, no Anhangabaú, o vendedor Roberto Mesquita, 64 anos, disse que a música tocou seu coração. Mesquita, que não conhecia a cantora e já estava indo embora quando ela iniciou o show, entendeu que havia uma mensagem maior. “Estou sentindo muita felicidade. Não foi por acaso que vim aqui. Tive uma semana difícil, mas falei com o Senhor, e tenho certeza de que grandes bênçãos vão acontecer”, afirmou, se dizendo impressionado com a apresentação.

Outra que também se impressionou com as músicas desse estilo foi Ana Maria dos Santos, que tinha ido à Arena Brasilândia somente para levar suas doações à população do Rio Grande do Sul, mas acabou ficando para ver os shows das cantoras gospel Nicoli Francini e Sarah Beatriz.

“Tenho um bebezinho de um aninho e guardo as roupas para doar. Aí surgiu essa tragédia no Rio Grande do Sul, que me comoveu muito, então vim trazer as roupinhas dele”, explicou, referindo-se à campanha Virada da Solidariedade, criada pela Prefeitura de São Paulo neste ano para ajudar a população do Rio Grande do Sul atingida pelas fortes chuvas.

A Prefeitura instalou tendas de coleta em todas as arenas para receber donativos que serão enviados ao Rio Grande do Sul, como alimentos não perecíveis, água, produtos de higiene e de limpeza, roupas. “Hoje estou de folga, então vim dar uma olhada nos shows e fazer minha doação de arroz, café, itens de higiene e ração para os animais. Fiz um pouquinho de cada e acho que, se todo mundo ajudar, as pessoas podem viver melhor”, disse Tatiane de Souza Alves, 31 anos, que mora na região da Brasilândia.

O movimento de pessoas doando produtos para socorrer a população do Rio Grande do Sul foi intenso no sábado, primeiro dia da Virada, e neste domingo. Vizinha do Palco São João, no Centro, a pedagoga Euzira Bernardes já estava arrecadando doações no seu prédio, mas não sabia para onde iria levá-las. Até que viu o tema da Virada deste ano. “Vi pela televisão e calhou de ter aqui. Já é a terceira viagem que faço porque é muito pesado. Achei essa iniciativa nota dez.”

Patrick Sebastian Lopes Ferreira foi lembrado pela mãe da importância de levar as doações quando já estava saindo de casa para o show do Matuê, no Anhangabaú. “Achei uma boa causa essa iniciativa da Prefeitura. São Paulo é uma cidade grande e tem capacidade para ajudar. Quem puder, ajude de coração, com roupa, calçado, alimentação, dinheiro. O que importa é ajudar.”

Renda extra

De acordo com projeções da Secretaria Municipal da Cultura, a Virada deve gerar um retorno financeiro de R$ 120 milhões com a movimentação do comércio e a vinda de turistas, por exemplo.

Para pequenos comerciantes que trabalharam nesses dois dias de festa, o retorno foi ótimo. Ricardo de Moraes vende pizzas inteiras e no sábado conseguiu esgotar todas as 42 que havia levado para a frente da Arena Brasilândia. Sua média diária de venda é de, no máximo, 24 pizzas. Cada pizza tem 8 pedaços e custa R$ 15. “A virada é interessante. No ano passado fui para Itaquera e foi bom também.”

Empolgada com os resultados das vendas neste fim de semana, a comerciante Flávia Maria Martins dos Santos, que vende hambúrguer, cachorro-quente e refrigerante em um trailer, sugere mais eventos como esse. “Se hoje não tivesse a Virada, eu estaria em casa, sem fazer nada. Além de colaborar, e o prefeito está colaborando com a gente para trabalhar, para ganhar um dinheirinho a mais, a gente também se diverte, vê os artistas, gente nova, conversa. Aqui virou uma praça”, disse.

Outro comerciante que também comemorou foi Marcos Rogério de Souza Oliveira, que tem um trailer de hambúrguer artesanal e porções. “Se não tivesse a Virada, eu estaria em casa, sem ganhar. Como fiquei sabendo da Virada, hoje vim com o meu trailer e o pessoal está gostando. Dá para melhorar o caixa, dá para pagar uns boletos.”

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  • Data: 20/05/2024 08:05
  • Alterado:20/05/2024 08:05
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