Sesc Belenzinho recebe o espetáculo ‘Terra’
A peça multimídia de dança contemporânea é uma concepção do Coletivo Ruínas
- Data: 21/02/2024 13:02
- Alterado: 21/02/2024 13:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Espetáculo Terra
Crédito:Inês Bonduki/Divulgação
TERRA peça multimídia de dança contemporânea é um trabalho cênico que nasce do incômodo e dos transtornos provocados pela especulação imobiliária na cidade de São Paulo. A destruição de casas para a construção de altos edifícios, por vezes muitos em uma mesma rua ou quarteirão, altera a vida de todas as moradoras, o trânsito, os valores do comércio local, para além uma série de outros problemas. Outro fator relacionado à alteração do cenário residencial é a velocidade com que as alterações acontecem devido ao uso de altas tecnologias de manipulação do solo e da construção civil.
A partir da observação, reflexão e pesquisa artística sobre as mudanças do ambiente urbano é que o Coletivo Ruínas, composto por profissionais de diversas linguagens artísticas criou TERRA e agora tem o prazer de compartilhar com o público do SESC Belenzinho.
“Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso.” Walter Benjamin – o Anjo da história
TERRA é uma peça multimídia de dança contemporânea em cinco atos, onde a dançarina interage com uma grande volumetria, transformando, a cada ato, sua topologia e imprimindo sobre ela as forças ativas do que chamamos de progresso.
Invoca-se, à superfície da terra, a solidez da rocha para criar, em um paralelo com os ossos [estruturas edificantes do corpo], uma dança de embate, de tremores, repouso, quedas, desmoronamentos, perfurações, rasgos e irrupções – relações simbolicamente atreladas a forças geofísicas [inorgânica e orgânica] –, numa teia compositiva de criação simultânea com a música e o audiovisual.
A instalação em movimento, TERRA atua na zona de contágio entre dança, sonoridade e audiovisual generativo, experimento que se constrói a partir de um sistema personalizado.
Num fluxo sucessivo de paisagens expressivas, em que é proposto um diálogo entre forças motoras, forças plásticas, os elementos audiovisuais e sonoros criados ao vivo, cada uma sugere uma narrativa de transformação da terra e destaca um vetor principal do imperativo civilizatório como fundamento da movimentação.
Ao unir diferentes práticas artísticas e transdisciplinares, atravessadas por narrativas e artes visuais em ações ao vivo, o trabalho permite ao público apreciar tanto uma experimentação cênica quanto uma instalação de arte.
“A protagonista aqui é a criação de uma metáfora sobre a Terra em movimento, que, numa dança de embate contra as forças de dominação do solo e do planeta pelo ser humano e o poder do capital, revela-se frágil e impotente numa disputa bastante desigual, mas que segue mesmo assim”, revela Michele Carolina, intérprete que concebeu o trabalho contando com Luah Guimarãez e Alejandro Ahmed como provocadores cênicos, o suporte dramatúrgico de Silvia Geraldi e com Eduardo Fukushima na preparação corporal.
A criação coletiva tem ainda Jovem Pelarosi na composição sonora, Luciana Ramin, Thiago Capella Zanotta e Rafael Frazão no conteúdo audiovisual e vídeo-mapping, Juliana Morimoto, Thais Ueti e Vitória Savini, assistentes na criação cênica, e Hernandes de Oliveira na iluminação. Assina o figurino Rogério Romualdo.
TERRA
De 23 a 25 de fevereiro de 2024. Sexta e sábado, às 20h. Domingo, às 18h30.
Local: Sala de Espetáculos II
Valores: R$ 40 (inteira); R$ 20 (Meia entrada), R$ 12 (Credencial Sesc)
Ingressos à venda no portal sescsp.org.br e nas bilheterias das unidades Sesc
Classificação: 16 anos
Duração: 40 minutos
SESC BELENZINHO
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.
Transporte Público
Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)