Jogando pela primeira vez no Brasil, Wawrinka conta o motivo de sua vinda
Amor pelo tênis e jogar torneios que nunca jogou: aos 38 anos de idade, é isso o que move o multicampeão Stan Wawrinka
- Data: 19/02/2024 07:02
- Alterado: 19/02/2024 07:02
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
Vencedor de Roland Garros, Wimbledon e US Open, não faltam títulos no currículo do suíço Stan Wawrinka — mas faltava uma participação no Rio Open. Aos 38 anos de idade, o tenista joga o torneio brasileiro pela primeira vez e justifica sua vinda com um motivo simples: ele queria.
“É bom estar de volta à América do Sul depois de anos,” declarou Stan em entrevista coletiva realizada neste domingo (18). Ele, que já disputou o Aberto da Argentina algumas vezes, comenta que o retorno não está relacionado a uma preparação para a temporada de saibro na Europa — ou até mesmo às Olimpíadas, onde o tênis também será disputado nessa superfície. Sua vontade era apenas jogar em lugares novos e revisitar o continente.
Apesar de estar em solo brasileiro pela primeira vez, o suíço diz não se sentir desconfortável em jogar no clima tropical — ele até afirma gostar destas condições. Além disso, o público carioca parece especialmente entusiasmado em ter uma estrela de seu porte participando do torneio — qualquer treino de Wawrinka já reúne uma plateia imensa, mostrando que ele pode contar com uma torcida à favor. “Estou gostando da cidade e das pessoas, tenho certeza que a semana será ótima,” acrescentou.
Stan ainda declara que o mantém jogando é sua paixão pelo esporte que pratica desde os oito anos de idade. “Posso estar velho no mundo do tênis, mas ainda sou jovem na vida,” diz o suíço. “Não importa quantos títulos ou quanto dinheiro eu tenho, eu não jogo por isso, eu jogo porque eu gosto e porque eu amo o que eu faço.”
Wawrinka e o backhand de uma mão
Para qualquer fã de tênis, falar de Wawrinka e não lembrar de sua batida de esquerda com uma mão — considerada uma das melhores nesse estilo na história — é impossível. Nos dias de hoje, porém, jogadores que fazem o backhand desta forma são minoria. E agora, já que o grego Stefanos Tsitsipas perdeu posições no ranking, todos os jogadores no top 10 mundial usam as duas mãos.
Por ser um dos mais icônicos representantes desse estilo, o fato gerou muitas questões sobre o tópico direcionadas a Stan. Para ele, a questão do ranking não invalida o fato de que Tsitsipas — ou ainda Grigor Dimitrov, Lorenzo Musetti, entre outros — ainda estão entre a elite do tênis e é apenas uma questão de tempo até que algum destes ocupe um posto entre os dez melhores outra vez.
“Acho que é uma questão geracional, Roger [Federer] esteve lá por quase 20 anos,” comenta Stan, lembrando de seu compatriota que também usava o backhand de uma mão. Hoje apenas 10 em todo o top 100 façam essa batida, sendo que o italiano Musetti é o único nascido depois de 2000 entre eles. No passado, porém, diversas lendas do tênis eram adeptos dela — incluindo o brasileiro Gustavo Kuerten e a alemã Steffi Graff, única tenista entre homens e mulheres a conquistar os quatro Grand Slams e o ouro olímpico em um único ano.
Stan Wawrinka faz sua estreia no Rio Open nesta terça-feira (20) em horário ainda a ser definido. O suíço encara o argentino Facundo Díaz Acosta em um jogo que marca o primeiro encontro em quadra entre os dois tenistas. Acosta chega ao Brasil embalado pela conquista do título do Aberto de Buenos Aires neste domingo, torneio em que entrou como convidado.