Materiais escolares: uma proposta consciente e econômica
É essencial repensarmos a forma como lidamos com o consumo de materiais escolares, propondo soluções que visem não apenas a economia financeira, mas também a conscientização dos pais
- Data: 12/12/2023 14:12
- Alterado: 12/12/2023 14:12
- Autor: Daniel R. Schnaider
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Freepik
Não é novidade que dentro do cenário educacional há uma preocupante tendência entre as crianças em idolatrar marcas famosas para materiais escolares, criando uma intensa, e desnecessária, pressão social para adquirir esses itens.
Esta dinâmica não apenas impacta as finanças familiares, especialmente considerando as mudanças previstas nas taxas escolares, mas também compromete a saúde dos alunos, a física porque muitas vezes as crianças optam por mochilas pesadas de marcas e personagens em detrimento de modelos mais ergonômicos, bem como a saúde mental porque aprendem a valorizar algo muitas vezes superficial.
Minha proposta central está baseada em questões sociais, como a organização de eventos anuais dentro da estrutura escolar, no qual os pais e responsáveis poderão adquirir todos os materiais necessários para o próximo ano letivo. Essa iniciativa visa centralizar a compra, proporcionando economia de tempo e recursos aos pais, além de criar uma oportunidade para a comunidade escolar se reunir em torno de um objetivo comum.
Ainda, ressalto que o bazar anual não deve se limitar a uma simples transação comercial, nem deve ser obrigatório. Para tornar o evento mais atrativo é essencial que haja uma flexibilidade de adesão, e para fortalecer os laços entre pais, filhos e a comunidade escolar, propõe-se que o dia também seja festivo com música e atividades. Essa abordagem busca transformar a experiência de compra em um momento de convívio e interação.
Já destinado às novas negociações comerciais, ao meu ver, é fundamental que as escolas tenham total participação em ações que proponham a interação entre pais e fornecedores, a fim de promover qualidade com melhor custo benefício. A instituição, ou mesmo um pai voluntário com expertise em compras, poderá realizar uma ampla cotação com diversos fornecedores. Essa análise minuciosa garantirá que apenas aqueles que atendam a padrões mínimos de qualidade participem do processo de seleção, assegurando produtos duráveis e funcionais.
Como próximo passo, a escola ficaria responsável por escolher os três melhores fornecedores, levando em consideração não apenas a qualidade dos produtos, mas também os valores competitivos. Isso culminará na realização de um contrato guarda-chuva, garantindo aos pais participantes os melhores preços e condições de compra, que em grandes quantidades permitirão descontos mais significativos, superando qualquer negociação individual. Assim como a redução de custos com compras diretas de distribuidores.
Vejam que as possibilidades são imensas, desde economia de tempo e dinheiro até a expansão da natureza comunitária das crianças com integração direta dos pais. A proposta vai além, busca criar uma mudança cultural no modo como encaramos o consumo desses itens. Ao unir a economia financeira à conscientização sobre a pressão social exercida pelas marcas, a escola se posiciona como agente de transformação, promovendo uma abordagem mais sustentável e colaborativa na comunidade educacional.
Daniel R. Schnaider
Daniel é economista, pai e CEO da Platform Capital, fundo de investimento especializado em Inteligência Artificial e Mobilidade. Aos 14 anos desenvolveu plataforma de eCommerce e aos 22 de pagamento via celular, teve passagem pela 8200 – unidade de Inteligência Israelense, IBM e atuou como CEO no Brasil de uma multinacional voltada à IoT, Big Data e IA.