Preços dos alimentos na RMSP voltam a subir após quatro meses em queda
Dados da FecomercioSP apontam que quase a totalidade dos itens que fazem parte da mesa dos paulistanos ficaram mais caros no mês de outubro
- Data: 30/11/2023 10:11
- Alterado: 30/11/2023 10:11
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
Crédito:Reprodução/Agência Brasil
Em outubro, o Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu timidamente (0,26%), em um movimento de desaceleração em relação ao 0,34% de setembro [gráfico 1]. O resultado foi influenciado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que voltou a subir após quatro meses em queda, apontando 0,96%.
Os dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostram que, enquanto a alta mensal dos alimentos no setor de Serviços foi de 0,58%, o aumento chegou a 1,22% no varejo, o maior desde abril de 2022. Para se ter uma ideia, 52 dos 80 itens analisados (65%) tiveram aumento de preços em outubro. Destacam-se a alface (6,4%), o contrafilé (4,2%), o leite longa vida (1,9%) e o pão francês (1,7%).
Embora todas as faixas de renda tenham sentido a elevação nos preços, a classe D foi a mais impactada (0,48%), com uma variação mensal para alimentos e bebidas de 1,04%, enquanto a classe B registrou variação de 0,90% para o mesmo grupo.
O reajuste no preço do óleo diesel, principal combustível utilizado para o transporte dos produtos, foi um dos responsáveis pelo grande impacto sobre os preços dos alimentos. Além disso, o fenômeno El Niño, com fortes chuvas e calor intenso, comprometem o desenvolvimento e a colheita, aumentando significativamente os custos para irrigação de produtos agrícolas e manutenção de pastagens na agropecuária.
Outro item que afetou o desempenho do índice de custo de vida dos paulistanos foi o de transportes, que registrou variação de 0,53% em outubro. Em 12 meses, o grupo já acumula alta de 5,14%. Vale destacar que o setor só não sofreu uma variação ainda maior em razão da deflação registrada nos preços da gasolina e etanol, que caíram -0,9% e -0,5%, respectivamente.
Nos Serviços, as passagens aéreas subiram 22,6%, e os pedágios, 2%, fato que pode ser explicado pelo aumento na procura por viagens neste fim de ano. Além disso, o setor lida com o encarecimento operacional, diante do aumento nos preços do querosene de aviação e do óleo diesel. Por outro lado, outros grupos apresentaram reduções, como o de habitação (0,45%), despesas pessoais (0,45%) e vestuário (0,35%). Em habitação, o resultado se deve, principalmente, à queda de 2,4% nos custos da energia elétrica residencial. A redução das despesas pessoais foi mais sentida no varejo, em itens como alimentos para animais (3,2%) e brinquedos (1,7%), e no setor de Serviços, como cinemas (-2,3%) e hotéis (-1,1%).
De acordo com a Federação, é importante permanecer atento à alta que os custos operacionais vêm exercendo sobre a economia, especialmente no setor de alimentos. Ainda assim, o desempenho positivo nos últimos 12 meses, com queda acumulada de 3,96% no custo de vida dos lares da RMSP, reafirma a tendência de queda nos preços, apresentando um panorama inflacionário mais moderado em comparação ao observado há um ano, o que contribui para a recomposição do poder de compra e a ampliação dos gastos em comércio e serviços.
IPV
Na análise por setores, o Índice de Preços do Varejo (IPV) aponta estabilidade, com variação de 0,15%. O setor registra uma alta acumulada de 1,34% em 2023. Em 2022, o indicador acumulava 5,84%, entre janeiro e outubro. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, quatro encerraram outubro com quedas nas variações médias: despesas pessoais (-0,91%), habitação (-0,62%), vestuário (-0,35%) e transportes (-0,28%).
O grupo que mais contribuiu para a alta do resultado foi o de alimentação e bebidas (1,22%). Já saúde e cuidados pessoais foi o responsável pela segunda maior elevação, variando 0,17%.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) avançou 0,38%, registrando uma alta acumulada de 4,76% em 2023. No mesmo período de 2022, o indicador acumulava 4,70%. Dentre os oito grupos que compõem o indicador, apenas dois encerram o mês de outubro com quedas nas variações médias: habitação (-0,39%) e despesas pessoais (-0,22%).
Por outro lado, os transportes foram o que mais contribuíram para o avanço do índice, com um aumento de 1,95%. O grupo de alimentação e bebidas foi responsável pela segunda maior alta, variando 0,58%.