Cientistas da USP sintetizam molécula que ameniza insuficiência cardíaca

O Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolveu uma molécula capaz de restaurar o bombeamento sanguíneo. O composto ainda está em testes

  • Data: 08/11/2023 13:11
  • Alterado: 09/11/2023 15:11
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: Agência FAPESP
Cientistas da USP sintetizam molécula que ameniza insuficiência cardíaca

Crédito:Freepik/Divulgação

Você está em:

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveu uma molécula com o potencial de amenizar quadros de insuficiência cardíaca. Fruto de uma colaboração com a empresa Foresee Pharmaceuticals, a molécula, denominada AD-9308, já passou pela primeira etapa de pesquisa clínica, comprovando sua segurança e eficácia.

A insuficiência cardíaca é hoje a enfermidade que mais tem vítimas em todo o planeta, já que este quadro torna milhões de pessoas a outras doenças que atingem o sistema cardiovascular. Não há, atualmente, nenhum tratamento que seja capaz de reverter a condição, apenas métodos de atrasar seu desenvolvimento. 

“Trata-se de um estudo de mais de dez anos e que evoluiu da bancada ao leito do paciente. O objetivo foi detalhar um novo mecanismo envolvido na progressão da insuficiência cardíaca,” declarou Julio Cesar Batista Ferreira, professor ICB que coordena a pesquisa. “Paralelamente aos nossos experimentos, a empresa biofarmacêutica foi melhorando uma molécula que mostramos – ainda em 2014 – ter potencial para tratar a doença.”

A molécula AD-9308 atua restaurando a atividade de uma proteína — a aldeído desidrogenase 2 (ALDH2) — localizada na estrutura das células que produz energia no corpo humano, a mitocôndria. Testando o composto em camundongos, o grupo de cientistas observou um aumento de até 40% no bombeamento de sangue quando esta proteína era reativada. Após anos de pesquisa e desenvolvimento, Ferreira conta que a molécula sintetizada hoje ativa a proteína até três vezes mais do que no início dos testes.

Os primeiros testes clínicos de segurança foram realizados pela empresa parceira e, agora, o grupo aguarda autorização da FDA — agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos — para aplicar o composto em pessoas com insuficiência cardíaca. ”Isso exige um número maior de voluntários e mais tempo. Mas só assim será possível verificar para qual tipo de insuficiência cardíaca e qual estágio da doença a AD-9308 é indicada”, explica o pesquisador

O artigo que detalha o estudo foi publicado no periódico científico European Heart Journal e está disponível na íntegra.

Compartilhar:

  • Data: 08/11/2023 01:11
  • Alterado:09/11/2023 15:11
  • Autor: Rodilei Morais
  • Fonte: Agência FAPESP









Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados