Paranaense faz seu melhor tempo nos 100m livre na 2ª Fase Nacional do Circuito natação

Uma das nadadoras convocadas para representar o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, a paranaense Vitória Caroline da Silva Ribeiro, da classe S8 (limitações físico-motoras) fez seu melhor tempo na prova de 100m livre feminino neste domingo, 22, último dia da Segunda Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de natação, que aconteceu no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Ela foi uma dos 38 atletas da Seleção Brasileira da modalidade que estiveram na competição nacional deste final de semana e que foram convocados para a competição chilena de 17 a 26 de novembro.

O Circuito Loterias Caixa de natação é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a etapa deste final de semana recebeu 261 inscrições de nadadores de 14 estados e do Distrito Federal (AL, AM, BA, CE, GO, MG, MS, PE, PR, RJ, RR, RS, SC e SP). Este foi o primeiro grande evento nacional da natação paralímpica brasileira após o Mundial de Manchester, realizado em julho e agosto deste ano. Na ocasião, o Brasil subiu ao pódio 46 vezes (16 ouros, 11 pratas e 19 bronzes), o que deu ao país a quarta colocação no quadro de medalhas.

A curitibana Vitória Caroline da Silva Ribeiro, que competiu pelo clube AAF Nauru-DF, reduziu seu melhor tempo em quase dois segundos, finalizando sua prova em 1min19s25. Seu tempo anterior na mesma disputa era de 1min21s06, registrados no World Series de Manchester (ING), em março deste ano. Naquela competição, ela conquistou a medalha de bronze nos 100m livre, além da prata nos 50m borboleta e nos 100m borboleta. Também tem uma prata no Pan-Americano de Jovens em 2017 entre as principais conquistas.

“Eu não sou nadadora de 100m livre, é uma prova difícil, que exige muita velocidade. Sou nadadora de borboleta, mas eu gostei muito dos 100m livre. Eu acho cresci durante a prova, senti muito a volta, mas melhorei meu tempo oficial, foi muito bom. Eu acho que estou ficando mais forte e preparada para as provas”, afirmou a atleta que teve paralisia do membro superior durante o parto.

Vitória começou na natação em 2012, quando tinha entre 11 e 12 anos, e chegou à Seleção Brasileira adulta em 2017, convocada para uma etapa de World Series, na Dinamarca.

“Dessa prova [100m livre] eu vou levar para o Parapan o fato de que estou ficando mais experiente, estou tendo mais experiência, estou sabendo lidar mais com a questão da preparação para as provas, não estou entrando mais tão nervosa, tão pilhada, acho que essa prova é muito difícil, muita velocidade. A preparação tem sido muito boa, não estou ansiosa porque falta pouco mais de um mês. Estou treinando muito bem, bem focada e quero chegar lá bem forte”, completou a nadadora de 24 anos.

Já a experiente Susana Schnarndorf (classe S3) bateu o único recorde brasileiro do dia. Na prova de 200m livre feminino, a atleta gaúcha, que competiu pelo clube Esportemais-RS, completou em 4min07s84 e superou o a marca anterior de 4min16s82, da cearense Edênia Garcia, em 2017.

“Foi o meu melhor tempo, me senti bem. Tive que mudar bastante meu jeito de nadar, mas estou bem feliz com o meu tempo nessa competição. Estamos focando mais no Parapan, depois do Mundial esse é o nosso objetivo. A expectativa é essa competição agora”, avaliou Susana, que ainda participará da etapa do Meeting Paralímpico Loterias Caixa em São Paulo, no início de novembro, antes da viagem ao Chile. 

“Eu sempre fico ansiosa. Todos falam que, por eu ser mais velha, não fico nervosa, mas eu fico sim, com ansiedade, aquele nervoso bom, frio na barriga, de fazer o que eu gosto. Vou nadar no Meeting e depois já embarco, esse será o último teste para o Parapan”, finalizou.

Antes do Parapan de Santiago, o calendário de provas da natação nacional ainda contará com duas etapas do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, que acontecerão em Curitiba (PR), no dia 28 de outubro, e São Paulo (SP), no primeiro final de semana de novembro.

A campeã paralímpica e mundial Carol Santiago (S12) também esteve na prova 100m livre feminino e fechou sua série no tempo de 1min00s18, pouco a mais do que os 58s81 que a pernambucana tem como recorde das Américas nessa disputa. “Foi uma boa prova, na verdade estamos utilizando essa competição mais para testar algumas estratégias principais que vamos fazer no Parapan. Foi ótimo, era o que eu esperava para o momento que a gente está. As expectativas para o Parapan são as melhores, eu estou bem animada nesse fim de programa, a ideia é que a gente nade cada vez melhor nessas competições principais, que a gente consiga descansar bem e tudo isso é uma grande preparação para os Jogos Paralímpicos do ano que vem”, apontou. 

A atleta se inscreveu em todas as provas de sua classe nos Jogos Parapan-Americanos do Chile, sendo sete disputas individuais e duas de revezamento. Há a possibilidade dela disputar duas provas no mesmo dia, portanto, tem aumentado a preocupação com sua preparação tanto física como psicologicamente, revela.

“A gente se inscreveu para todas as provas, ainda não sabemos quais serão abertas, o Parapan é uma competição diferente, a gente lida com ela muito mais como jogos de equipe para conseguir ganhar uma medalha de ouro para o Brasil. Então a preparação psicológica é bem diferente, é capaz de pegarmos um programa com duas provas no mesmo dia, isso a gente não faz em um Campeonato Mundial, que a gente procura performance. Então, eu acho que o preparo foi diferente e o que vir, pode ter certeza que vou nadar o mais forte para trazer a medalha para o Brasil”,  a já experiente atleta.