Caminhos da Reportagem revela desafios enfrentados por professores

Produção da TV Brasil traz histórias de superação dos profissionais do magistério

  • Data: 13/10/2023 10:10
  • Alterado: 13/10/2023 10:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: TV Brasil
Caminhos da Reportagem revela desafios enfrentados por professores

Professora em sala de aula leciona e faz a diferença na vida dos jovens

Crédito:Divulgação / TV Brasil

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Para refletir sobre o panorama da educação brasileira, o jornalístico Caminhos da Reportagem exibe a edição inédita “Vida em sala de aula” neste domingo, 15 de outubro, Dia do Professor, às 22h, na TV Brasil. O conteúdo realizado pela emissora pública fica disponível no app TV Brasil Play.

O programa traça um perfil sobre a carreira docente sob o prisma das situações encaradas pelos educadores no cotidiano do trabalho pedagógico em prol das novas gerações no país. A produção traz quatro histórias e destaca iniciativas inspiradoras para que a formação alcance um patamar de qualidade mais alto.

O dia a dia dentro e fora da sala de aula é reconhecido diante da complexidade e também pela rotina exaustiva. O Caminhos da Reportagem destaca exemplos daqueles profissionais com vocação para ensinar e que colocam em prática a educação, mesmo que nem sempre com o devido apoio e investimento.

O programa da TV Brasil apresenta desafios que a educação brasileira precisa lidar. A atração jornalística aborda temas como a valorização do magistério, as políticas públicas em educação, a saúde mental dos professores e a solidão pedagógica. Mostra, ainda, projetos que sugerem uma perspectiva de esperança.

Políticas públicas

A escola é uma das pontes mais próximas entre as comunidades e as políticas públicas. Na área rural do Distrito Federal, a Escola Classe Café Sem Troco se deparou com um desafio: acomodar e ensinar crianças e adolescentes indígenas, da etnia Warao Coromoto, que vieram refugiados da Venezuela para o Brasil. Muitos deles, além de não falarem o português, não estão alfabetizados.

A professora brasileira Maria Janerrandra, que fala espanhol, topou a proposta. Em uma mesma sala, ela leciona para alunos com idades entre seis e 18 anos, separados em três grupos – pré-alfabetizados, alfabetizados e os que estão já no Ensino Fundamental. “Tudo é muito novo para eles. Acho que hoje em dia, eu não me imagino numa sala normal, fazendo aquela coisa tradicional”, afirma.

Sobrecarga de trabalho

O professor de Sociologia Osvaldo Lima de Oliveira, além das horas em sala de aula, divide o tempo com reuniões de coordenação, planejamento de aulas e correções de provas. “Você acaba extrapolando literalmente o horário que é necessário porque você quer ver a coisa funcionar, você quer oferecer não só o feijão com arroz”, pondera.

Mariana Breim, diretora de Políticas Educacionais do Instituto Península, chama a atenção para questões de saúde mental dos profissionais. “Tem professores, especialmente dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que são responsáveis por mais de 200, 300 alunos, que trabalham em mais de duas escolas, com jornadas de trabalho extenuantes, às vezes acima de 40 horas”, alerta.

Doenças como depressão, ansiedade, pânico e burnout aparecem com mais frequência nas estatísticas ligadas à profissão. “A gente, cada vez mais, discute as condições de trabalho do professor, que não são adequadas, precisam evoluir para que ele possa ter o seu próprio equilíbrio emocional e agregar às crianças uma atenção especial e cada vez mais especializada”, defende Haroldo Corrêa Rocha, coordenador geral do Movimento Profissão Docente. 

Esperança e transformação social

Nos mais de 30 anos de carreira, a professora Gina Vieira Ponte teve altos e baixos. “Quando a gente começa a profissão num país que valoriza tão pouco o magistério e que investe tão pouco na política de formação dos profissionais, eu preciso te dizer que o sentimento que me tomou a maior parte do tempo foi um sentimento de solidão pedagógica”, conta.

Durante uma crise laboral, após entrar em depressão, ela decidiu apurar a razão pela qual o ambiente escolar não é atrativo para os jovens. “Eu fui estudar e descobri que isso ocorre porque primeiro a escola vira as costas para eles. Nós temos insistido no modelo educacional ultrapassado, autoritário, obsoleto que tem sido o motivo de denúncia de contestação há muito tempo”, aponta.

A partir dessa reflexão, Gina criou o projeto “Mulheres Inspiradoras”. Através da leitura de livros, a iniciativa fomenta o interesse dos alunos e os desperta a conhecer histórias de mulheres que mudaram o mundo. O projeto já recebeu prêmios no país e no exterior. Mas, acima de tudo, incentivou os próprios estudantes. 

Ex-aluna de Gina, Joyce Barbosa Pereira teve a oportunidade de ilustrar a capa do livro que foi o resultado do projeto. A partir dali, estimulada pela educadora, surgiu a vontade de também dar aula. “Essa professora que tento ser hoje é muito desta professora que eu me inspiro na Gina, de chegar aos alunos, de inspirar e de ser um agente de transformação social”, relata. 

Hoje, Joyce é professora de artes e educadora social. Gina vê com orgulho a pupila que abraçou a profissão pela qual ela se dedicou por tanto tempo. “Espero viver num país em que ser professor não seja algo menor como a sociedade diz pra gente o tempo todo”, enfatiza.

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  • Data: 13/10/2023 10:10
  • Alterado:13/10/2023 10:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: TV Brasil









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