Qual o real impacto do ensino integral na aprendizagem dos estudantes?

Com o Programa Escola em Tempo Integral sancionado pelo Governo Federal, especialistas apontam para evidências que mostram os benefícios do modelo acadêmico

  • Data: 17/08/2023 10:08
  • Alterado: 17/08/2023 10:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Vereda Educação
Qual o real impacto do ensino integral na aprendizagem dos estudantes?

Crédito:Divulgação

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Com a sanção do novo programa do Governo Federal para aumentar o ensino integral nas escolas, o Escola em Tempo Integral, inicia-se uma nova fase no sistema educacional brasileiro. Instituições de ensino estaduais e municipais de todo o país vão aderir ao projeto, mas uma dúvida pode preocupar diversos pais e alunos que não conhecem esse modelo de ensino: realmente há benefícios na aprendizagem durante tempo integral?

Estudos sobre o tema, experiências em diferentes escolas e especialistas todos apontam para o sim. Os estados brasileiros que já vem investindo nessa mudança há alguns anos conseguiram observar a diferença: Pernambuco, por exemplo, foi de uma das piores posições do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2007, ficando em 21º, para a terceira colocação em 2019. O que mudou no período foi o aumento de unidades escolares atuando em tempo integral — de 20 em 2007, agora são mais de 500.

“O estado de Pernambuco foi ágil em observar o sucesso das escolas que já aplicavam o modelo integral e, assim que passaram a replicar, os resultados foram aparecendo”, comenta Arthur Buzatto, presidente e mantenedor da Escola Vereda, que oferece educação integral para alunos do ensino fundamental e médio. “Agora, veremos cada vez mais instituições aderindo e descobrindo essas vantagens, o que deve levar o Brasil a um novo patamar na educação”.

Existem diferentes razões pelas quais o desempenho dos estudantes é melhor no ensino integral. Segundo Buzatto, a principal é que o modelo permite que a escola trabalhe o desenvolvimento do aluno em todos os âmbitos: academicamente, emocionalmente e fisicamente. “O modelo dá tempo para a escola preparar atividades que englobam o indivíduo como um todo e, com educadores presentes para auxiliá-lo a qualquer momento, a escola se torna um espaço seguro para o crescimento e para a descoberta”, explica o especialista.

Os benefícios vão, inclusive, além das notas. Os estudantes têm mais segurança ao permanecer em um ambiente controlado por mais tempo, e também aprimoram suas habilidades socioemocionais ao interagirem constantemente com outros colegas, professores e outros profissionais da instituição.

“Nós observamos até mesmo que o modelo integral ajuda no combate ao bullying”, conta Arthur. “Com o tempo maior, conseguimos fazer um monitoramento mais próximo, oferecendo apoio aos alunos e realizando intervenções precoces sempre que necessário. Mas antes mesmo que isso aconteça, os casos de bullying já diminuem, porque trabalhamos programas de protagonismo e inclusão, entre as diversas atividades extracurriculares que são dispostas no período”.

Todas essas ações e seu impacto no bem-estar do aluno naturalmente se voltam para o desempenho acadêmico. Com mais segurança, melhor sociabilidade e mais apoio educacional, os estudantes passam a se sair melhor nos estudos.

“Não é à toa que locais com mais escolas integrais tenham melhores resultados. O aluno precisa ser desenvolvido em muitas frentes, ter os estímulos certos e a assistência necessária para que ele chegue lá. Em escolas de meio período, simplesmente não há tempo para que os educadores ocupem esse papel da forma ideal, porque precisam trabalhar um calendário escolar apertado e sempre estão correndo contra o relógio. O modelo integral, principalmente quando é associado à tecnologia, é a resposta para muitos dos problemas que as escolas enfrentam até hoje”, conclui Arthur.

O Programa Escola em Tempo Integral tem como meta alcançar cerca de 3,2 milhões de matrículas no sistema público até 2026. Enquanto isso, as instituições que já trabalham com o modelo integral saem na frente, demonstrando excelência e comprovando que a educação brasileira pode chegar a níveis inéditos muito em breve.

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  • Data: 17/08/2023 10:08
  • Alterado:17/08/2023 10:08
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