Filme “As Órfãs da Rainha” tem pré-estreia no Festival de Cinema Judaico
Tendo como foco a chegada da Inquisição no Brasil Colônia, o longa-metragem discute temas ainda atuais, como a opressão às mulheres e a mazela da intolerância
- Data: 07/08/2023 19:08
- Alterado: 07/08/2023 19:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Filme "As Órfãs da Rainha" tem pré-estreia no dia 16 de agosto no Festival de Cinema Judaico e entra em cartaz no dia seguinte nos cinemas em SP
Crédito:Divulgação
O longa histórico “As Órfãs da Rainha”, novo filme da diretora, produtora e roteirista Elza Cataldo, faz sua pré-estréia em São Paulo no próximo dia 16 de agosto, dentro da programação do 26º Festival de Cinema Judaico. Já no dia seguinte, 17 de agosto, a obra – que recebeu o prêmio de Melhor Filme Histórico no Toronto International Women’s Film Festival, entre outros prêmios, entra em cartaz nos cinemas da capital paulista.
Com distribuição da Cineart Filmes e produção da Persona FIlmes, Elza Cataldo – que estreou na direção com o aclamado “Vinho de Rosas” (2005) – volta mais uma vez ao passado, trazendo o período da Inquisição no Brasil Colônia do século XVI e promove um resgate da importância da presença feminina nas páginas da história brasileira para falar de temas infelizmente ainda atuais, como a opressão às mulheres e a intolerância.
Podendo ser considerado como uma narrativa de ficção no gênero histórico, “As Órfãs da Rainha” conta a história das três irmãs órfãs, Leonor (Letícia Persiles), Brites (Rita Batata) e Mécia (Camila Botelho). Criadas como católicas pela rainha de Portugal, elas são enviadas a contragosto para a colônia brasileira com a ordem de se casarem. A dura adaptação à precariedade do Novo Mundo é vivida de forma diferente por cada uma delas. Leonor é quem mais resiste à nova realidade e escreve cartas para a rainha, pedindo permissão para voltar. A resposta, entretanto, nunca chega.
À medida que o tempo passa, ela se apaixona pelo marido, Escobar, tem filhos com ele e passa a admirar a religião judaica. Brites, por sua vez, faz de tudo para conquistar o marido violento, Tales, e lhe dar um filho. Já Mécia, rejeitada devido a uma deficiência física, se encanta por um indígena. A irmandade é colocada à prova quando o Inquisidor chega à Bahia, em 1591, espalhando medo e desconfiança entre os habitantes de Vila Morena. Leonor, Brites e Mécia são surpreendidas por acusações de práticas judaizantes. Em meio às ameaças da Inquisição, as três irmãs descobrem sua verdadeira origem e vão fazer suas próprias escolhas.
“As Órfãs da Rainha” foi filmado na Zona da Mata de Minas Gerais, em uma antiga fazenda localizada na zona rural de Tocantins (onde uma vila cenográfica foi construída). Sobre a cenografia, Elza Cataldo conta: “O cinema nos possibilita transformar um lugar no outro, uma pessoa na outra. Nós transformamos uma fazenda de Tocantins nesta localização do Recôncavo Baiano, graças a um trabalho imenso realizado por um conjunto de profissionais talentosos e coordenado pelo diretor de arte Moacyr Gramacho”.
No elenco estão Letícia Persiles, Rita Batata e Camila Botelho no papel das protagonistas. O grupo se completa com a presença de nomes como os de César Ferrario, Alexandre Cioletti, Juliana Carneiro da Cunha, Jai Baptista, Inês Peixoto, Teuda Bara, Celso Franteschi, Eduardo Moreira, Odilon Esteves, Luiz Gomide, Beto Militani, entre outros.
Passagem por festivais
Antes de estrear em circuito comercial, “As Órfãs da Rainha” teve uma passagem bem-sucedida em alguns festivais internacionais de cinema. No Toronto International Women’s Film Festival, o filme foi agraciado com o prêmio de Melhor Filme Histórico. Além disso, a produção foi selecionada para o Washington Jewish Film Festival 2023 e conquistou o prêmio de melhor narrativa no Los Angeles Independent Women Film Awards. No Feedback Female Film Festival 2022, conquistou o título de Melhor Filme de Longa-metragem, consolidando seu valor e relevância.
A realização de “As Órfãs da Rainha” contou com o apoio do Polo Audiovisual Zona da Mata. Criado em 2002, o Polo mobiliza lideranças da região em torno de um Programa de Cultura, Educação, Inovação e Desenvolvimento Sustentável.
O roteiro leva as assinaturas da própria diretora, junto a Pilar Fazito e Newton Cannito. Para assegurar a fidelidade ao lastro histórico, Elza conta que, no curso do processo que precedeu as filmagens, chegou a ler mais de 300 livros. No processo de redação, os três também contaram com uma consultoria de calibre, composta pelo historiador Ronaldo Vainfas, especialista no tema Inquisição; pela escritora e historiadora Mary del Priore especialista em história das mulheres; e pelo rabino Uri Lam, que é formado em Psicologia e tem mestrado em Filosofia.
Além da direção e da co-autoria do roteiro, Elza Cataldo também assina a produção de “As Órfãs da Rainha”. Ela acabou ainda contribuindo na concepção dos figurinos ao compilar imagens encontradas nos livros fontes de sua pesquisa. O figurino é assinado por Sayonara Lopes e Rosângela Nascimento com consultoria da Beth Filipecki.
Ficha Técnica:
Direção e Produção: Elza Cataldo
Roteiro: Elza Cataldo, Pilar Fazito e Newton Cannito
Direção de Arte: Moacyr Gramacho
Direção de Fotografia: Fernanda Tanaka
Figurino: Sayonara Lopes e Rosângela Nascimento
Montagem: Armando Mendz
Direção Musical: David Tygel
Participação especial da cantora Fortuna
Elenco: Letícia Persiles, Rita Batata, Camila Botelho, César Ferrario, Alexandre Cioletti, Jai Baptista, Celso Frateschi.
Participações Especiais: Juliana Carneiro da Cunha, Teuda Bara e Inês Peixoto.
Redes sociais: @elzacataldo @asorfasdarainhaofilme Facebook Elza Cataldo e Persona Filmes
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=0UQXlt9dSls