Aumento de queimadas exigem atenção de quem vai pegar às estradas

O segundo semestre é marcado pelas quedas de temperatura, escassez de chuvas, mas também pelo crescimento as ocorrências de incêndio causadas pelo homem nas áreas próximas as rodovias, um fenômeno que pode ter sérias consequências para quem viaja e para o meio ambiente.

Dados divulgados pela ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) apontam que entramos no período mais crítico do ano quando se trata de queimadas nas áreas do entorno das rodovias.  Historicamente, os meses de julho a setembro concentram 60 % dos registros de queimadas no ano. Inclusive, há uma campanha chamada SP Sem Fogo de prevenção e combate de incêndios florestais que conta com a adesão das concessionárias de rodovias.

Mas porque será que as queimadas ocorrem? O aumento dos incêndios, justamente nesse período do ano, não é uma coincidência. Isso tem relação direta com o clima, como explica o gerente Socioambiental da Concessionária SPMAR, Ricardo Sampaio:  “Com a chegada do outono e o período mais escasso de chuva, o mato fica mais seco e suscetível a pegar fogo. E todo esse processo  é muitas vezes desencadeado  pela ação do homem, ao jogar bitucas de cigarro na estrada, soltar balões ou limpar terreno com fogo”, detalha Sampaio.

Para driblar as estatísticas, as concessionárias de rodovia implantam ações preventivas de combate aos focos de incêndio que possam dificultar a vida dos motoristas.

Nos trechos Sul e Leste do Rodoanel Mario Covas, a SPMAR o planejamento começa em maio, com o chamado aceiro na faixa de domínio da rodovia, como explica Fausto Cabral, gerente de operações da concessionária: “O aceiro consiste numa limpeza total da vegetação numa área  de um metro e meio de cada lado da cerca do entorno da via, essa parte de terra sem vegetação serve de segurança para  evitar que o fogo passe daquele ponto e atinja a rodovia ou venha da rodovia para a mata fechada”.

Cabral ainda detalha outras ações tomadas com o intuito de dificultar a ação do fogo “de forma preventiva, as equipes de conservação fazem uma poda de primeira berma, que é uma poda mais  alta na parte de cima do talude do entorno da rodovia. Isso garante que no caso de incêndio, que o fogo suba e não desça para a rodovia”, explica o gerente.

No Centro de Controle Operacional da SPMAR, a equipe de monitoramento foca em buscar algum sinal de fumaça pelas câmeras e quando detectado, já aciona a equipe de operação de combate a incêndio.

Em caso de incêndio ou fumaça invadindo a pista, mensagens de aviso aos motoristas são veiculadas nos PMVs (Painéis de Mensagem Variável) espalhados ao longo da rodovia.

O próprio efetivo de combate é reforçado para o período. A SPMAR contratou um caminhão extra de combate a incêndio de 16 mil litros, que fica disponível 24 horas na rodovia e se soma  ao caminhão de 8 mil litros da própria concessionária.

Dicas de segurança: “É justamente a fumaça desses incêndios que pode invadir as pistas e prejudicar a visibilidade dos motoristas. Nesses momentos, o mínimo descuido na direção pode colocar o motorista numa situação de risco, especialmente quando o campo de visão é reduzido pela fumaça”, analisa Cabral, que alerta: “É fundamental que o motorista se conscientize desses perigos e evite distrações ao volante, como uso do celular e mantenha atenção total no percurso”.

O especialista aponta que no caso do motorista deparar com uma “cortina de fumaça espessa” na rodovia e não conseguir visualizar toda sua extensão, ele não deve adentra-la. “É imprescindível ao motorista ter visibilidade, mesmo que prejudicada, de todo o seu trajeto através da fumaça antes de pensar em atravessá-la” afirma Cabral. Caso contrário, há sempre um risco da fumaça se fechar repentinamente à frente e o motorista perder totalmente a visão, sendo obrigado a parar com seu veículo sobre a via, sem ter certeza em que ponto está e correndo o risco de causar um grave acidente.

No caso da pessoa deparar com uma  fumaça invadindo a pista enquanto trafega na rodovia, Cabral ressalta algumas dicas importantes de segurança  que valem para todos os motoristas. “Tenha foco total na direção, diminua a velocidade, acenda o farol baixo, mantenha uma distância segura dos demais veículos e evite ultrapassagens e freadas bruscas”, enfatiza Cabral.

Em todo caso, independente de algum incêndio na via, sempre vale aos motoristas ficarem atento às mensagens veiculadas nos PMVs espalhados ao longo das rodovias. As concessionárias utilizam o sistema para passar informações e orientações aos motoristas. Inclusive quando há incêndio em algum ponto do entorno ou foi detectada alguma fumaça invadindo a via.