Fala das Profundezas tem sessões grátis na Funarte SP
O enredo da montagem traz uma realidade pautada pela exploração da força de trabalho em troca do básico para sobrevivência
- Data: 24/07/2023 13:07
- Alterado: 24/07/2023 13:07
- Autor: Redação
- Fonte: Núcleo Negro de Pesquisa e Criação
Fala das Profundezas
Crédito:Thais Alves
O Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) apresenta a peça Fala das Profundezas no Complexo Cultural Funarte (Sala Renée Gumiel ), nos dias 28, 29 e 30 de julho, sexta, às 20h, e sábado e domingo, às 19h, com ingressos gratuitos e interpretação em Libras. Após a sessão do dia e 29/07, acontece o bate-papo – Outros Olhares com participação de Soraya Martins (atriz, pesquisadora, crítica teatral e curadora de teatros).
Com dramaturgia e direção de Gabriel Cândido, o enredo da montagem traz uma realidade pautada pela exploração da força de trabalho em troca do básico para sobrevivência. A peça mostra a insurgência de um povo contra uma engrenagem que precariza a vida para acumular poder. As contradições deste povo despontam junto aos seus anseios, sonhos e prazeres no território em que vivem tendo como pano de fundo a iminência de uma combustão social
Fala das Profundezas busca ativar imaginários de mobilização coletiva, no sentido de fazer crer que, mesmo em um contexto de exceção, repleto de contradições e de escassez, é possível criar movimentos em prol de melhores formas de viver. “Este ‘possível’, na peça, é apresentado, ao longo da narrativa, como uma espécie de centelha que vai se desdobrando em mais centelhas e, assim, animando essas personagens que, apesar de tudo, sonham, festejam e confabulam como um ato contra o marasmo do sistema capitalista”, comenta o autor e diretor Gabriel Cândido.
A encenação do NNPC acontece em formato de arena, no qual as atrizes e os atores propõem um jogo cênico de aproximação e distanciamento com o público durante toda a narrativa, assumindo-o como parte do acontecimento teatral. O diretor comenta: “Um teatro negro que não está pautado pelo racismo gera estranhamento, pois é o que sempre esperam de nós. Penso que Fala das Profundezas não corresponde a essas expectativas porque buscamos o exercício da alteridade radical, quando debatemos questões presentes em toda a sociedade brasileira, desde relações afetivas até as relações de terra, trabalho e capital”.
O enredo é conduzido por um coro heterogêneo denominado Outras-Pessoas, que por sua vez representam o povo, e por cinco personagens que emergem deste coro: Dafina (Maria Gabi) e Anele (Tásia d’Paula) são duas mulheres que tentam lidar com uma relação de amor mal resolvida enquanto confabulam sonhos perigosos; Thato (Deni Marquez) se torna uma das exceções ao conquistar o básico, mas suas atitudes geram revolta e perseguição do povo ao qual ele se recusa a pertencer; Luísa e Frantz (Ellen de Paula e Fábio Lopes) que, ao confidenciarem as situações absurdas que ocorrem nas Profundezas, ativam em Luísa a motivação necessária para sair em busca de mobilização coletiva para lutar contra aqueles que detêm o poder. As histórias acontecem em tempos plurais, numa dinâmica de encontros e desencontros, permeados por ideias e desejos de uma revolta popular que se espalha de um a um, até se concretizar em uma ação coletiva.
Estas apresentações integram o projeto Escombros – Parte I: Fala das Profundezas, contemplado pela 16º edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.
Teatro: Fala das Profundezas
Com: Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC)
Dias 28, 29 e 30 de julho – Sexta (às 20h), sábado e domingo (às 19h)
Domingo (29/07): Bate-papo com Soraya Martins
Duração: 1h40. Gênero: Drama. Classificação: 12 anos.
Ingressos: Gratuitos – Reservas
Com interpretação em Libras. Acessibilidade para PCD.