Estudantes preparados no Butantan recebem medalhas de bronze em Olimpíada de Biologia

Os alunos premiados foram João Tomás de Camargo Silva, do Colégio Etapa de São Paulo, e Nailton Gama de Castro, do Colégio Master de Fortaleza. Ambos haviam recebido medalha de ouro na 19ª Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada pelo Instituto Butantan e apoiada pela Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB).

A colocação permitiu que os jovens fossem escalados para uma capacitação no Butantan junto a outros 14 alunos, que durou uma semana. Os estudantes do ensino médio foram submetidos a atividades e provas, teóricas e práticas, elaboradas pela equipe do instituto.

Ao final, realizaram uma prova classificatória para a IBO e a Olimpíada Iberoamericana de Biologia, marcada para o mês de setembro na Espanha.

João Tomás, classificado e premiado na IBO, conta que o Butantan teve papel importante nesse resultado. “Eu me interesso muito em trabalhar com pesquisa e isso também me ajudou bastante a ter uma ideia, além de ter ajudado para a prova. A parte de bioquímica e a de bioinformática, por exemplo, foram boas, porque eu não tinha visto nada de bioinformática antes e era uma das atividades práticas da olimpíada”, disse o estudante.

Não foram apenas as aulas que auxiliaram o jovem. Dois pesquisadores do Butantan acompanharam João na viagem, José Ricardo Jensen e Milton Nishiyama Júnior. O estudante considerou esse um apoio importante e essencial durante sua estadia nos Emirados Árabes.

Ingresso em universidades

João Tomás, que está no terceiro ano do ensino médio, já faz planos para a faculdade. O jovem deve aplicar tanto para universidades brasileiras quanto internacionais, com foco nos cursos de biologia e medicina.

Tanto as olimpíadas brasileiras de conhecimento quanto as internacionais abrem portas para os estudantes. Isso porque algumas instituições já permitem o ingresso de candidatos medalhistas sem a necessidade de vestibular, como é o caso da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Federal de Itajubá (UNIFEI).

“A OBB contribui para a formação dos jovens ao valorizar a Educação em Biologia em si, e ao recompensar de maneira tangível o esforço individual dos alunos, assim como o dos professores e escolas”, explica Ricardo Jensen, pesquisador científico do Instituto Butantan que colabora na capacitação dos estudantes desde 2016.

Segundo Jensen, o Butantan contribui de diversas maneiras para a formação de jovens cientistas. Os museus reunidos no Parque da Ciência, por exemplo, são fonte de inspiração para as crianças, assim como as diversas atividades educacionais desenvolvidas ao longo do ano.

“Os programas de IC-Jr. do CNPq (voltado para alunos do Ensino Médio de escolas públicas), ICEP (Iniciação Científica para alunos de escolas particulares), no qual orientei dois alunos, e agora o Programa Cientista Mirim da ESIB, são oportunidades para jovens talentos trilharem o caminho da Ciência, mesmo antes de entrarem na Universidade. Todas essas iniciativas são fortalecidas pela reputação de pesquisa, desenvolvimento e divulgação científica construída, com orgulho, ao longo de mais de 120 anos pelo Instituto Butantan”, conclui o pesquisador.