Coordenadoria de Igualdade Racial de Diadema projeta ampliação das ações em 2023
Foco da atuação será na conscientização sobre a importância da autodeclaração de raça pela população
- Data: 04/01/2023 15:01
- Alterado: 04/01/2023 15:01
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Diadema
Crédito:Dino Santos / PMD
O ano de 2022 foi de muitas e importantes ações por parte da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Creppir) de Diadema, avalia a coordenadora Marcia Damaceno. “Foi um ano de ótimos resultados das políticas públicas de igualdade racial na cidade. Houve muitos debates, diálogos, reuniões, formações envolvendo diversos setores, desde as secretarias municipais, sindicatos, escolas, rodas de conversa com a população, sempre refletindo sobre o direito humano da população negra”, afirma. “Neste ano que se inicia, a gente quer continuar esse trabalho, resgatar o orgulho das pessoas em se declararem negras”, completa.
Um dos pontos altos da atuação da Creppir nos últimos 12 meses foi o lançamento do Plano Municipal Decenal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Diadema tornou- se a primeira cidade do Grande ABCD a contar com o documento que norteia as políticas públicas de combate ao racismo validado pelo legislativo. O plano está previsto no Estatuto da Igualdade Racial e que possibilita que o município pleiteie recursos federais para as ações de combate e mitigação do racismo.
“Na cidade, no Grande ABCD e em São Paulo, pudemos apresentar o plano, as metas de curto, médio e longo prazo, e já estamos vendo ações concretas que estão sendo tomadas a partir desse documento”, explica Marcia. “O programa Diadema de Dandara e Piatã, que atende as Leis 10.639 e 11.645 e garantem ensino de história e cultura africana e indígena e a criação do Comitê de Saúde da População Negra são exemplos de iniciativas que saíram do papel”, declara a coordenadora.
Em conjunto com outras coordenadorias, como a de Políticas Públicas para as Mulheres, e com diversas secretarias, a Creppir tem desenvolvido ações de conscientização como palestras, rodas de conversa e debates, abordando temas como a realidade vivida pelas mulheres negras que sofrem com a questão do racismo, sexismo e desigualdade, saúde mental, educação antirracista, entre outros assuntos.
A coordenadoria também tem articulado junto a outras Prefeituras e ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, por meio do Grupo de Trabalho Igualdade Racial, pela concretização das políticas públicas que garantam, efetivamente, a igualdade racial. “Realizamos a 14ª Águas de Iemanjá, evento para lembrar a Abolição Inacabada, Dia da Capoeira, Dia de Teresa de Benguela e a 21º edição da Kizomba-Festa da Raça. São todas atividades em que propusemos a reflexão e o enfrentamento ao racismo”, destaca Márcia.
Em novembro, com a 21ª edição da Kizomba – Festa da Raça, a temática da negritude foi levada para todos os cantos da cidade. “Dentro de toda a rede de educação foi debatido com os estudantes o significado da palavra Kizomba (palavra do tronco linguístico banto, grande conjunto de línguas do grupo nigero-congolês oriental faladas na África. Da língua Kimbundo, uma das muitas faladas em Angola, significa festa)”, pontua a coordenadora.
“Tivemos atividades na Fábrica de Cultura, que é um equipamento estadual, na Câmara Municipal, em muitos lugares”, cita. “Abordamos temas muito diversos como capoeira, hip hop, religiosidade da cultura bantus, moda afro, entrega da medalha legislativa Zumbi e Dandara para personalidades negras, debates, oficinas, saraus, roda de conversa e grandes apresentações culturais, como o show do Zeca Pagodinho”, complementa.
Para 2023, a Creppir vai trabalhar pela universalização e padronização da coleta das informações sobre raça nos serviços públicos, a fim de ajudar na elaboração de políticas públicas para a população, considerando as suas especificidades, além de dar andamento nas metas do Plano Municipal Decenal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
“Vamos também batalhar por recursos para a coordenadoria, eleger no segundo semestre o novo mandato do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e cuidar para que a divulgação da Kizomba seja ainda mais intensa, para que cada vez mais pessoas possam participar”, conclui.