Papa Francisco destaca ‘sabedoria e dedicação’ de Bento XVI durante funeral
Em uma circunstância inédita na história da Igreja Católica, o pontífice argentino presidiu o funeral de seu antecessor
- Data: 05/01/2023 14:01
- Alterado: 05/01/2023 14:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Começou pontualmente às 5h30 (pelo horário de Brasília) desta quinta-feira, 5, na Praça São Pedro, no Vaticano, a cerimônia fúnebre do papa emérito Bento XVI. Ao menos 50 mil pessoas acompanharam a homilia da missa realizada pelo papa Francisco, de acordo com o Vaticano. Durante o ato, Francisco destacou a “sabedoria, delicadeza e dedicação” que Bento XVI “soube espalhar ao longo dos anos”. Em uma circunstância inédita na história da Igreja Católica, o pontífice argentino presidiu o funeral de seu antecessor.
Em seguida, o caixão foi levado para dentro da Basílica de São Pedro para a realização de uma cerimônia privada. O sóbrio caixão de madeira de Joseph Ratzinger saiu da Praça de São Pedro sob aplausos dos fiéis para ser sepultado na cripta onde descansou João Paulo II até sua beatificação em 2011, data em que seu caixão foi trasladado para uma capela da basílica.
Durante três dias de velório, cerca de 200 mil pessoas foram à Basílica de São Pedro para se despedir do papa emérito, morto em 31 de dezembro, aos 95 anos. Na quarta-feira, 4, após o encerramento do velório, o corpo de Bento XVI foi colocado no caixão de madeira de cipreste, em uma cerimônia que também ocorreu no interior da Basílica de São Pedro. Também foi lido, o pergaminho onde estão escritos sobre a vida e as obras mais importantes do papa emérito.
O rosto do papa foi coberto com um véu de seda branca e as medalhas cunhadas durante seu pontificado também foram introduzidas no caixão, assim como os pálios, ornamento usado nos ombros, de quando foi bispo de Munique e Roma – o mesmo procedimento destinado a um papa “reinante”.
O rito de fechamento do caixão contou com a presença do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, do decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, do arcipreste da Basílica de São Pedro, Mauro Gambetti, do vigário da diocese de Roma, Angelo de Donatis, e do presidente do governo da Cidade do Vaticano, o cardeal Fernando Vergéz.
Após o fechamento, o caixão permaneceu no interior da basílica até a manhã desta quinta (pelo horário do Vaticano), quando foi levado à Praça São Pedro para a missa fúnebre rezada por Francisco e concelebrada pelo decano dos cardeais, devido aos problemas de mobilidade do pontífice argentino. Somente após o funeral, o caixão retornou ao interior da basílica para ser sepultado nas grutas do Vaticano, onde estão sepultados os papas.
Embora alguns ritos ocorreram longe dos olhos do público, uma série de cerimônias com uma carga de tradição foi realizada diante de dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, incluindo líderes nacionais e representantes de famílias reais de vários países.
Bento XVI ocupou uma das posições de maior visibilidade mundial, mas nos seus últimos anos, manifestou o desejo de ficar “escondido do mundo”. Seu corpo esteve em exibição esta semana por três dias, mas o funeral respeita, em parte, seus desejos de simplicidade – embora também não deixa de ter a sofisticação reservada a um líder da Igreja Católica Romana.