Ministra do Turismo recebeu apoio de outros acusados de chefiar milícias no Rio
Daniela Carneiro foi nomeada ministra pelo presidente Lula
- Data: 06/01/2023 13:01
- Alterado: 06/01/2023 13:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
A irmã e o pai do terceiro-sargento bombeiro Márcio Pagniez, o Marcinho Bombeiro, acusado de integrar uma milícia na Baixada Fluminense, foram nomeados pelo prefeito Wagner Carneiro (União Brasil), o Waguinho, para cargos na prefeitura de Belford Roxo. Os parentes de Marcinho apoiaram a campanha da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), mulher de Waguinho.
As nomeações ocorreram em dezembro de 2021 e agosto de 2022. O ex-militar foi preso em outubro de 2019 após ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por homicídio e por chefiar um grupo paramilitar que atuava na Baixada Fluminense.
A ministra afirmou que “não compactua com qualquer ato ilícito e cabe à Justiça o papel de julgar e punir”. Declarou também que sua campanha, em 2022, “recebeu o apoio de milhares de eleitores em diversos municípios do Estado”. Já a prefeitura de Belford Roxo disse em nota que “possíveis atos cometidos” por Marcinho Bombeiro não desabonam o trabalho dos parentes do acusado na prefeitura.
A primeira revelação da relação do casal, que apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022, com um suspeito de integrar milícia veio à tona nesta semana. A ministra, em sua campanha para deputado federal em 2022, teve apoio da ex-vereadora de Nova Iguaçu Giane Jura. Ela é mulher de Juracy Prudêncio, o Jura, que cumpre pena em regime semiaberto. Citado na CPI das Milícias da Assembleia Legislativa como chefe de milícia, Jura foi condenado por homicídio e organização criminosa.
Daniela foi a deputada federal mais votada do Rio em 2022. Marcinho Bombeiro chegou à presidência da Câmara Municipal de Belford Roxo. Ele foi preso no dia 22 de outubro de 2019 por policiais da 54.ª DP e da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Marcinho foi denunciado pelo MP pela acusação de ser o mandante das mortes de Bruno de Paula Silva e Lucas Patrick da Silva Gomes. O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Marcinho.