Com juros altos, bancos tradicionais equilibram a disputa com as fintechs
Em um mundo de dinheiro mais caro, a diversidade e a solidez dos negócios conta pontos a favor dos conglomerados
- Data: 07/01/2023 11:01
- Alterado: 07/01/2023 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Após anos em que sua capacidade de sobreviver frente à concorrência maior e mais ágil foi questionada, os grandes bancos brasileiros chegam a 2023 com a balança pendendo fortemente para seu lado. Em um mundo de dinheiro mais caro, a diversidade e a solidez dos negócios conta pontos a favor dos conglomerados. Entretanto, não é uma vantagem totalmente assegurada: com o peso de legados tecnológicos e culturais, os desafios das instituições não foram completamente ultrapassados.
O aumento dos juros no Brasil e no mundo fechou a janela do mercado para o capital de risco, que na última década garantiu financiamento quase infinito ao crescimento das fintechs. Para as de maior porte, a possibilidade de vender ações em Bolsa evaporou: a oferta do Nubank, em dezembro de 2021, foi a última a sair.
Ao mesmo tempo, o setor financeiro conseguiu repassar ao custo do crédito o rápido aumento da taxa Selic, o que aumentou as margens dos empréstimos. O efeito colateral foi a maior inadimplência, que elevou as despesas com provisões e obrigou todos os concorrentes a colocarem o pé no freio. Aí começa outra vantagem dos bancos tradicionais: a diversificação de receitas.
“Um banco grande, que tem diferentes produtos e fontes de receitas, acaba sendo menos impactado porque tem mais flexibilidade de alocação e de estratégia”, diz Claudio Gallina, diretor sênior de instituições financeiras da agência de classificação de risco Fitch.