Brasil vai dar garantia de crédito para compras de importadores argentinos
As duas medidas fazem parte de uma estratégia de fortalecimento da integração regional com os países da América do Sul
- Data: 24/01/2023 11:01
- Alterado: 24/01/2023 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Para facilitar o comércio bilateral com a Argentina, o governo Lula vai usar o Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para repassar linhas de crédito de bancos privados e públicos para que importadores argentinos comprem produtos brasileiros.
O acordo, anunciado nesta segunda-feira, 23, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, inclui também a criação de um grupo de trabalho para viabilizar a criação nos próximos anos de uma moeda comum para as transações comerciais com a Argentina e posteriormente com os outros países da região.
As duas medidas fazem parte de uma estratégia de fortalecimento da integração regional com os países da América do Sul, prioridade de Lula anunciada ainda na campanha eleitoral. “Estejam certos de que a Argentina será tratada com carinho e respeito que sempre mereceu. Nem o futebol será motivo para nos dividir, porque os interesses econômicos dos nossos torcedores são maiores”, afirmou Lula, durante pronunciamento ao lado de Fernández.
Qualquer instituição financeira poderá se qualificar para ter acesso às garantias do FGE, fundo vinculado ao Ministério da Fazenda que tem como finalidade dar cobertura às garantias prestadas pela União nas operações de Seguro de Crédito à Exportação (SCE).
Para a reportagem, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que a intenção é justamente superar as barreiras ao comércio entre os países em função das restrições de divisa que a Argentina tem com o sistema de compensações internacional – que demanda uma unidade de conta e uma reserva de valor.
Segundo ele, esse modelo estruturado vai permitir garantias reais para o Brasil, que não vai correr o risco do “default (calote) da Argentina. Não há subsídio nessas operações.
Cada uma das operações com a Argentina serão gravadas (marcadas) no FGE para o governo brasileiro ter certeza de que a Argentina não vai ter acesso aos reais para vender depois a moeda brasileira no mercado secundário e comprar dólares. Os reais obtidos pelo importador argentino com essas operações serão destinados diretamente para o exportador brasileiro.