Prefeitura de SP investe R$ 130 milhões em obras de combate às enchentes em Perus
Intervenções eram aguardadas há 40 anos pela população e devem beneficiar mais de 146 mil pessoas da região
- Data: 16/03/2023 15:03
- Alterado: 16/03/2023 15:03
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
VISTORIA A OBRAS DE CONTENÇÃO DE ENCHENTES DO RIBEIRÃO PERUS
Crédito:PAULO GUERETA / SECOM
O prefeito Ricardo Nunes vistoriou os trabalhos em obras de combate às enchentes na região do Ribeirão Perus, Zona Norte da capital, na manhã desta quinta-feira (16). Coordenadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), as ações são realizadas desde maio de 2022 e eram esperadas há mais de 40 anos pela comunidade local.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes, os problemas na região são constantes e, inclusive, em dezembro de 2018 uma pessoa foi arrastada pelo córrego e acabou morrendo. “Aqui nós vamos fazer uma obra de R$ 130 milhões. Serão quatro piscinões, 1,1 quilômetro de canalização do córrego e três pontes que nós estamos alteando, resolvendo assim o problema das enchentes em Perus”, garantiu.
“É uma obra muito grande, que será concluída em 2025, mas no ano que vem a gente já vai ter uma etapa feita, minimizando os problemas”, completou o prefeito.
As obras com financiamento do Governo Federal irão auxiliar no combate às enchentes nos bairros de Vila Caiuba, Vila Inácio, Vila Perus, Recanto dos Humildes e Jardim Adelfiore, beneficiando assim mais de 146 mil pessoas.
Moradora da região há 40 anos, a empresária Aparecida Eva Kirst conta que no passado já chegou a ficar um mês sem poder trabalhar por conta dos alagamentos. “Tinha que secar, limpar e quando a gente fazia tudo chovia de novo. Hoje a gente consegue dormir. Melhorou bastante e tenho certeza que após a finalização das obras ficará ainda melhor”, disse.
Atualmente as obras contam com três frentes de trabalho simultâneas. No reservatório R2 estão em execução o novo canal de base (estrutura para entrada e saída da água) e os serviços de escavação. Já no reservatório R3 estão em andamento as obras para o alteamento da área ao redor do terreno, o que possibilitará a contenção das águas. Na Praça Inácia Dias, a antiga ponte que passava sobre o Ribeirão Perus já foi demolida e a nova estrutura já está em construção. A previsão é que o tráfego de veículos seja liberado na nova via em até dois meses.
Ao todo, o contrato prevê a construção de quatro novos reservatórios para contenção das águas das chuvas. Eles estão localizados nas ruas Ernesto Bottoni (Areião), Cleonice Kammer Di Sandro (R1A) e no Rodoanel Mario Covas (R2 e R3), os reservatórios poderão armazenar, juntos, até 791 mil m³ de água. Esse volume é o equivalente a mais de 316 piscinas olímpicas.
Para melhorar o sistema de drenagem da região, a SIURB também irá executar a canalização de 1,1 quilômetro do Ribeirão Perus, no trecho da Rua Cleonice Kammer Di Sandro. As pontes das ruas Bernardo José Lorena, Crispim do Amaral e da Praça Inácia Dias (já em execução) serão alteadas em até um metro, garantido assim a vazão da água mesmo em dias de fortes chuvas.
A previsão é que as obras de elevação das pontes sejam concluídas entre maio deste ano e janeiro de 2024. Os reservatórios serão concluídos entre agosto de 2023 e setembro de 2024, enquanto que a canalização do córrego estará totalmente finalizada em março de 2025.
Novos reservatórios
Estão em construção hoje na cidade seis novos reservatórios para a contenção de cheias. Quatro estão localizados na bacia do Ribeirão Perus, um na bacia do Morro do S e um no Córrego Antonico (parceria com o Governo do Estado).
Um novo reservatório para o Córrego da Mooca já está em fase de licitação de obras. Em breve serão publicadas as licitações para as obras dos reservatórios Paraguai-Éguas, Machados, Antonico, Freitas e Jardim Lapenna.
Investimento
A Prefeitura de São Paulo executa um plano de prevenção contra enchentes com recursos empenhados em várias secretarias que totalizam R$ 3,2 bilhões de 2022 a 2023 investidos em todas as regiões da cidade. Os recursos somaram R$ 1,7 bilhão no ano passado, com previsão de execução de mais R$ 1,5 bilhão neste ano.
Cadernos de drenagem
Os cadernos são estudos e mapeamentos de bacias hidrográficas para conhecer manchas de alagamentos, problemas e soluções. Os relatórios são produzidos com a Fundação Centro Tecnológicos de Hidráulica (FCTH) da Universidade de São Paulo (USP). Os estudos incluem caracterização do local com análise da geografia e hidrografia, como também uso e ocupação do solo, densidade demográfica e sistema viário.
O levantamento permite análise das inundações da bacia, alternativas de solução, medidas de implantação dessas soluções ao longo dos anos, custo das ações necessárias, avaliação do índice de qualidade ambiental e o zoneamento proposto para as áreas sujeitas a inundações.
Os cadernos de drenagem podem ser acessados clicando aqui e o Plano Diretor de Drenagem, com as ações prioritárias, está disponível clicando aqui.