Governo de SP irá retomar obras do canal Nova Avanhandava
Processo de derrocamento do pedral estava paralisado desde 2019; a previsão é de que as intervenções sejam concluídas em até três anos
- Data: 17/03/2023 17:03
- Alterado: 17/03/2023 17:03
- Autor: Redação
- Fonte: Governo de SP
Tarcísio de Freitas assinou o contrato para o reinício dos trabalhos em 30 dias.
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O Governo de São Paulo vai retomar as obras para ampliar a profundidade do canal de navegação de Nova Avanhandava, no trecho da Hidrovia Tietê-Paraná em Buritama, na Região Noroeste do Estado. Nesta sexta-feira (17), o governador Tarcísio de Freitas assinou o contrato para o reinício dos trabalhos em 30 dias.
Nos próximos três anos, estão previstos investimentos de cerca de R$ 300 milhões no projeto, com geração de 1,4 mil empregos diretos e indiretos. Com total de 2,4 mil quilômetros navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná atende, sobretudo, o transporte da produção agrícola até o Porto de Santos.
Com 30 terminais intermodais para carga e descarga de produtos, a via fluvial conecta os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
“Com essa obra, vamos garantir a perenidade da operação da hidrovia, que vai ser muito mais resiliente a essa situação de estiagem. Imagina que vamos operar comboios com quatro barcaças, e elas vão substituir nada menos que 172 carretas. Ou seja, estamos economizando combustível, estamos deixando de eliminar CO2 e material particular. É a rodovia que vai durar mais tempo, é o frete que vai ficar mais barato. É uma obra extremamente importante”, destacou o governador.
O aprofundamento do canal será feito por processo de derrocamento do pedral – fragmentação da rocha por explosão. O projeto estava paralisado desde 2019.
A obra vai permitir aprofundamento do canal em 3,5 metros, com largura de 60 metros, ao longo de 16 quilômetros de extensão. Além de melhorar a navegabilidade, a obra também permitirá maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, eliminando eventuais conflitos entre navegação e geração de energia.
No total, serão retirados 552 mil metros cúbicos de rochas, equivalentes ao volume de 600 piscinas olímpicas, o que permitirá manter as condições de navegabilidade na hidrovia, mesmo em períodos de estiagem. Entre 2014 e 2015 e 2020 e 2021, a navegação foi interrompida por 20 meses e sete meses, respectivamente, devido ao nível baixo das águas.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, ressaltou o caráter sustentável do transporte hidroviário, já que há menos emissão de poluentes – 20 milhões de toneladas de dióxido de carbono a menos ao ano – e custo de transporte reduzido.
“Para se ter uma ideia, a distância percorrida, transportando uma tonelada de carga com um litro de combustível, é de 25 quilômetros pelo modo rodoviário, 85 quilômetros pelo ferroviário e 220 quilômetros pela hidrovia”, afirmou a secretária.
Hidrovia Tietê-Paraná
O trecho paulista da hidrovia possui 800 quilômetros – começa na altura de Mogi das Cruzes e termina no município de Pereira Barreto, passando por São Paulo, Santana de Parnaíba, Pirapora de Bom Jesus, Salto, Tietê, Barra Bonita, Ibitinga e Buritama. No ano passado, foram transportados, pelo trecho paulista, 1,4 milhão de toneladas de cargas, principalmente soja in natura, farelo de soja, milho, cana-de-açúcar e areia.