Aumenta busca por cuidadores de crianças com autismo
Dados da OMS constatam que cerca de 2 milhões de brasileiros possuem o transtorno
- Data: 20/03/2023 07:03
- Alterado: 20/03/2023 07:03
- Autor: Redação
- Fonte: Acuidar
Sofia e Vitinho com cuidadora
Crédito:Acuidar
Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo é fundamental para o combate ao preconceito em relação ao transtorno e para a difusão de informações sobre o que é e como lidar. Com melhor treinamento profissional e maior disponibilidade de conhecimento sobre a condição, o número de diagnósticos é crescente, conduzindo a rotina da sociedade a adaptações que garantam o bem-estar do portador em todo e qualquer ambiente.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de desenvolvimento atípico da capacidade de comunicação e interação, em que o indivíduo apresenta um repertório limitado de interesses e manifesta padrões comportamentais repetitivos e estereotipados. Dados levantados em 2022 pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, revelaram que a taxa do número de diagnósticos é de 1 a cada 44 crianças, o que totalizaria mais de quatro milhões de brasileiros.
O Censo Escolar do Brasil ainda revelou um aumento de 280% de estudantes autistas matriculados em escolas, tanto públicas quanto particulares, no intervalo de 2017 a 2021. Esse dado revela a crescente necessidade de medidas que promovam o conforto e assegurem a segurança das crianças portadoras do transtorno, seja no ambiente escolar, residencial ou qualquer local público.
Diante dessa necessidade, franquias de cuidadores passaram a oferecer a opção de um acompanhante para aqueles que possuem o espectro, com o objetivo de assegurar a atenção necessária no cotidiano. A Acuidar, que já soma mais de 70 unidades em todo o país, se propôs a especializar profissionais a oferecerem o melhor apoio às crianças que possuem a condição.
O serviço é flexível, com opção de contratação para diárias ou planos mensais, disponibilizando cuidados até mesmo no período da madrugada, se necessário. O cuidador fica responsável por auxiliar na rotina, em atividades relacionadas à higiene, alimentação e entretenimento, além de assistir em terapia ocupacional, de comunicação, comportamento e linguagem.
A partir de uma seleção no banco de talentos da franqueadora, onde há profissionais especializados em diferentes tipos de pacientes, aqueles que já possuem experiência com portadores de autismo são selecionados para o acompanhamento. Com isso, os cuidadores são orientados a se inserir e fazer parte da equipe multiprofissional que estará atendendo a criança, composta geralmente por médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e outras especialidades também da área da saúde. “O cuidador vai receber orientações dessa equipe e, assim, estarão orientando e potencializando o tratamento, não curativo, mas focado na melhora da qualidade de vida dessa criança. Quanto antes for feita uma intervenção de forma adequada, melhor será sua qualidade de vida”, conta Doutor Vitor Hugo de Oliveira, 36, médico e CEO da Acuidar.
O papel do profissional é de amenizar as dificuldades diárias enfrentadas pelo portador do transtorno, facilitando sua inclusão e viabilizando sua mobilidade em diferentes ambientes. “Para os cuidadores de crianças, é feita uma avaliação acerca da rotina, cuidados específicos, alimentação, sono, estímulos e utilização ou não de aparelhos eletrônicos”, completa Doutor Vitor. A ideia é que o cuidador não altere a rotina da criança, mas sim a entenda e saiba como potencializar a socialização e realização de atividades que proporcionem melhor qualidade de vida a ela. Esse amparo individualizado é fundamental para o desenvolvimento da criança, tornando-a capaz de realizar tarefas com a assistência necessária.
De acordo com o médico e fundador da franqueadora, é notório que com estímulos como músicas, pinturas, desenhos as crianças que possuem o transtorno se comunicam mais e compreendem melhor a interação de maneira visual, mais do que propriamente pela fala. “A comunicação deve ser estimulada também com atividades que foquem na parte de concentração, brincadeiras, tudo para demonstrar, além de outras formas, carinho, atenção e apoio para que essa criança se sinta amada, bem cuidada e sinta confiança nesse cuidador”, finaliza Vitor Hugo.
A presença de um cuidador também passa a ser benéfica a família, visto que a partir do convívio e participação em momentos sensíveis, cria-se um vínculo, em que o profissional passa segurança a ambos. Esse laço é essencial para um melhor desenvolvimento neuropsicomotor e social do portador da condição.
A franqueadora, que conta com mais de 3600 cuidadores, também disponibiliza serviços de psicólogo e psiquiatras no domicílio do cliente, profissionais que são essenciais no atendimento de crianças com TEA.