Quais desafios Dorival terá no São Paulo e Cuca no Corinthians?

Nesta semana o futebol paulista viu duas movimentações polêmicas acontecerem. Dorival Júnior assumiu o comando técnico do São Paulo após demissão do ídolo Rogério Ceni, mesmo com vitória pela Sul-Americana. Um dia depois o Corinthians comunicou que Fernando Lázaro não seria mais treinador, mas permanecendo como auxiliar técnico do time. Ainda no mesmo dia, o time de Parque São Jorge anunciou a contratação do técnico Cuca, gerando críticas de boa parte da torcida por conta da condenação do treinador por ter participado de um estupro em 1987, em Berna, na Suíça, quando atuava pelo Grêmio.

São Paulo

Dorival se apresentou no Tricolor e disse que de primeiro momento seria importante conhecer o grupo e priorizou mudança comportamental. “O que espero é uma mudança comportamental, atrás dos resultados. Temos que nos preocupar a estar mudando a todo instante, sempre querendo o máximo e melhor”

A principal deficiência técnica reclamada por torcedores e pela crônica esportiva no time do Morumbi é a transição lenta e a falta de criatividade. Hoje com Galoppo, Wellington Rato e Wellington, o Tricolor Paulista conta com Ferraresi, Talles Costa, Moreira, Rafinha, Igor Vinícius, André Anderson, Calleri, Diego Costa e Caio no departamento médico, o desafio do ex-treinador do Flamengo será enorme.

O São Paulo enfrenta hoje, sábado (22/04), às 18h30, o América-MG, no Morumbi e pela provável escalação que foi anunciada vemos poucas mudanças referente ao que Rogério vinha utilizando. Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo (Diego Costa) e Caio Paulista; Méndez, Rodrigo Nestor, Michel Araújo e Wellington Rato; Luciano e Calleri.

Dorival faz sua segunda passagem pelo clube. Em 2017, assumiu o time coincidentemente no lugar de Rogério Ceni. Com uma sequência negativa de resultados, Júnior conseguiu fazer a equipe ter uma reação no segundo turno do Brasileirão. Em março de 2018 foi desligado do clube.

Pelo Flamengo, no ano passado conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores da América. Com demonstração de um jogo ofensivo, com toques de bola efetivo, o novo treinador Tricolor tem exemplos de trabalhos bem sucedidos: no São Caetano vice-campeão paulista em 2007, o Vasco de 2009 campeão da Série B e o Santos de Neymar e Ganso em 2010 foram modelos de jogo que agradaram suas respectivas torcidas.

Estágio e mudança de estilo de jogo

Em 2014, Dorival não conseguiu desempenhar um bom trabalho no Palmeiras, levando o time quase ser rebaixado. Por conta disso foi à Europa fez estágio com Pep Guardiola no Bayern de Munique e em seu retorno é possível observar algumas mudanças.

Dentre elas, trabalhar com os pontas bem abertos, realizando o drible e cruzamentos. Fez isto no Athletico-PR em 2020 com Nikão e Carlos Eduardo e no Santos com Geuvânio e Gabigol.

No São Paulo quem pode fazer estas funções é Michel Araújo e Wellington Rato por serem pontas mais dribladores. Alisson é um jogador mais “cumpridor” e não é tão bom no drible, algo que é fundamental para que esse tipo de jogada dê certo

Outra característica que vem dando muito certo em seu trabalho é um time móvel no campo de ataque. No Flamengo a gente percebia uma movimentação e troca de posição entre Gabigol, Pedro e Arrascaeta muito grande, confundindo a marcação.

No São Paulo este tipo de função não daria certo, pois o elenco oferece apenas laterais de “força”. Orejuela, Igor Vinícius, Nathan e Raí Ramos geralmente ocupam os lados do campo e uma das alternativas é utiliza-los como ponta. Nathan surge como essa opção de jogador que pode fazer a lateral e aparecer como surpresa.

Por fim, uma característica que marca o trabalho do Dorival é a saída de bola com marcação. O encaixe de marcação fazia com que no Flamengo o Gabigol pressionasse a saída de bola até o time adversário dar chutões para frente, dando a possibilidade da recuperação de bola imediata.

No São Paulo, Calleri deve atuar mais fixo, para que Luciano e Calleri, este último até mais inclusive, possam fazer esta saída pressão. Luciano, até o momento não vem correspondendo às expectativas e Galoppo segue lesionado.

No Corinthians de Cuca

Mesmo sob protestos, o Cuca é o novo treinador do Corinthians. A situação do time é a seguinte: perdeu para o Remo-PA pela Copa do Brasil, na partida de ida lá em Belém-PA. Semana que vem tem a partida de volta na Neo Quimica Arena. Pela Libertadores na primeira rodada goleou o Liverpool-URU por 3 a 0, mas na segunda rodada, na última quarta, perdeu para o Argentino Jrs por 1 a 0 em casa. No Brasileirão, na estreia, após um primeiro tempo fraco, no segundo conseguiu vencer o Cruzeiro.

Um dos primeiros desafios é fazer Yuri Alberto voltar a marcar. O centroavante corintiano não balança as redes desde 4 de março, quando fez dois gols na partida contra o Santo André, pelo Campeonato Paulista.

Maycon é outro nome que tem sido bem contestado, além de Balbuena, ambos com muitos erros nos últimos jogos.

Substituto para Renato Augusto

Dentre todos os problemas citados, o principal deles será suprir a ausência do camisa 8 do Corinthians, que sofreu uma lesão no joelho direito, passou por cirurgia e ainda vai demorar para voltar a jogar.

Fernando Lázaro tentou mexer no meio de campo utilizando um 4-3-3 depois de um bom tempo fazendo um losangulo no formato 4-4-2. Com poucas opções no setor de criação, Lázaro tentou trabalhar com o experiente Giuliano, jogador que mais se aproxima das características de Renato Augusto, e Matheus Araújo garoto promissor que tem entrado bem nos jogos.