Nena Inoue celebra 40 anos de teatro e traz “Sobrevivente” para o Sesc Pinheiros
‘Sobrevivente’ é a segunda parte da trilogia iniciada com ‘Para Não Morrer’, que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2019
- Data: 02/05/2023 15:05
- Alterado: 02/05/2023 15:05
- Autor: Redação
- Fonte: SESC
Nena Inoue celebra 40 anos de teatro e traz "Sobrevivente" para o Sesc Pinheiros
Crédito:Divulgação
‘Sobrevivente’, o mais novo trabalho de Nena Inoue, conta com participação de Pedro Inoue, além de texto e direção de Henrique Fontes, dramaturgo e diretor amazonense radicado em Natal (RN), onde ajudou a criar o Grupo Carmin e a Casa da Ribeira. A peça estreou com enorme sucesso na 31ª edição do Festival de Curitiba e chega agora a São Paulo para uma curta temporada no Auditório do Sesc Pinheiros, a partir de 11 de maio.
O solo é o segundo de uma trilogia idealizada por Nena Inoue, com enfoque nas histórias verídicas de mulheres, iniciada com o espetáculo ‘Para não Morrer’, que lhe rendeu o Prêmio Shell/2019 de Melhor Atriz e foi assistida por mais de 40 mil pessoas.
Neste novo trabalho, ela reconstrói, por meio do teatro documental, o caminho de sua historiografia. Descendente de japoneses, a atriz descobre, em 2020, indícios de sua origem indígena. A peça revela o processo de investigação sobre essas origens e os apagamentos que marcam a vida de algumas mulheres de sua família. O espetáculo conta com participação especial de seu filho, o também ator Pedro Inoue, que integra o projeto como ator e operador de cena.
Segundo Nena, “o foco é dar luz ao apagamento da história vivida por várias de nós e, através do teatro documental, compartilho a busca de minha ancestralidade e a descoberta recente de que minha avó seria indígena, mas que eu não sabia, não conseguia acessar, porque essa história foi apagada, assim como a de muitas de nós… Conhecemos as mulheres que vieram antes de nós? Quais histórias foram apagadas?”, questiona.
A atriz conta que o encontro com o dramaturgo Henrique Fontes (Prêmio Shell/2019 de Melhor Dramaturgia com “A Invenção do Nordeste”) resultou na idealização da peça. “Nosso primeiro contato se deu no ‘Redemoinho’, uma rede de militância teatral, em âmbito nacional. Depois, nos reencontramos no Festival da Casa da Ribeira, em Natal, quando, então, ele, premonitoriamente, me instigou a falar da minha ancestralidade e que eu, na época, não sabia que era indígena”, relembra.
Para a criação do espetáculo, Nena viajou em busca de registros para confirmar suas origens. O resultado se traduz em uma narrativa documental que é feita a partir dessa busca e também na criação de uma fábula em torno de uma mulher indígena.
Com texto e direção de Henrique Fontes, a peça é a primeira experiência de Henrique em terras curitibanas. “Essa montagem tem sido uma busca contínua por revelar nosso apagamento histórico e a negligência com nossas origens. Eu acredito que o público se identificará bastante com essa história íntima, mas também universal”, diz. Para ele, “o principal desafio é conseguir traduzir em cena toda a intensidade presente nas descobertas”.