Mês de julho nas Oficinas Culturais, veja programação completa
Tríptico teatral e filmes em homenagem a Charles Chaplin chegam ao Bom Retiro; Show de viola caipira passa por Itaquera
- Data: 03/07/2023 15:07
- Alterado: 03/07/2023 15:07
- Autor: Redação
- Fonte: Secretaria de Cultura e Economia Criativa
Orquestra Volpi de Viola Caipira apresenta desde clássicos cancioneiros até composições próprias
Crédito:Wilson Monticelli
Apresentações musicais, laboratório de dança, sessões de filmes, um tríptico teatral (três peças com narrativas complementares), formações para pessoas que buscam iniciar e aprimorar a escrita criativa, e uma preparação aos escritores que desejam publicar os próprios livros estão entre os destaques da programação de julho das Oficinas Culturais.
As atrações acontecem nas unidades Alfredo Volpi e Oswald de Andrade, além da Formação no Interior, todas integrantes do Programa Oficinas Culturais, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e gerenciadas pela Poiesis. As atividades são gratuitas e para algumas apresentações os ingressos são distribuídos uma hora antes. Confira os destaques:
Teatro, dança e mostra de filmes em homenagem a Carlitos
Quem passa pelo bairro Bom Retiro pode aproveitar as múltiplas linguagens artísticas disponíveis na Oficina Cultural Oswald de Andrade. O espetáculo Tríptico: Não ela, Ele e Culpa ficam em cartaz entre 6 e 22 de julho, quintas e sextas-feiras, às 19h30, e sábados a partir das 18h. As pessoas interessadas precisam retirar os ingressos uma hora antes de cada apresentação.
Com direção, dramaturgia e performance de Oliver Olívia, artista transmasculino não binário formado pela SP Escola de Teatro e bacharel em Filosofia pela USP, as três peças têm a transição de gênero como principal linha condutora das narrativas cênicas, formando o projeto tríptico contemplado pela 16ª Edição do Prêmio Zé Renato — Secretaria Municipal de Cultura.
A primeira peça do projeto é Não ela: o que é bom está sempre sendo destruído e será apresentada nos dias 6, 13 e 20 de julho, às 19h30, focada em um casal que resolve morar junto ao mesmo tempo em que um deles passa pelo processo de transição de gênero. A experiência do namorado cisgênero com a namorada, que demonstra se ver como menino, é expressada em texto e materializada no palco. Já a peça Ele traz dois eles, um cisgênero e um transgênero casados na vida real e que se colocam no palco com algumas ações e jogos performativos, criando imagens relacionadas à sexualidade, existência, essência e gênero. Contradições, limites e reflexões acerca do que é um homem, um ele, ou o próprio masculino, serão apresentadas em 7, 14 e 21/07 a partir das 19h30.
Fechando o espetáculo tríptico, Culpa traz a narrativa de uma pessoa transgênera com os pais, apresentada nos dias 8, 15 e 22, às 18h. Juntos, retomam lembranças antes da pessoa transgênera fazer uma mastectomia masculinizadora (retirada plástica dos seios) e demonstram as tensões do relacionamento da família frente às decisões estéticas e identitárias do filho trans.
Após cada sessão do espetáculo Tríptico, o público poderá participar das conversas com artistas e pensadoras do teatro: Dodi Leal, performer, curadora, crítica, iluminadora teatral, pesquisadora e professora de Artes Cênicas estará nos dias 6, 7 e 8 de julho; Helena Vieira, atriz, dramaturga, escritora e ativista transfeminista participará em 13, 14 e 15/07; e Janaina Leite, atriz, diretora, dramaturgista e uma das fundadoras do premiado Grupo XIX de Teatro de São Paulo nos dias 20, 21 e 22. Essa etapa do evento busca criar um espaço de troca e reflexão entre os públicos que serão impactados por cada apresentação.
No campo da dança, Talma Salem, gestora cultural, professora na Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, e graduada em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP, aplica o laboratório Evocação nos dias 10, 12, 17 e 19/07, segundas e quartas-feiras, das 10h30 às 13h30. Estudantes e profissionais da performance e dança já podem se inscrever pelo site. A atividade tem como base o corpo como arquivo, conceito proposto pelo André Lepecki, curador e escritor voltado aos estudos da coreografia e dramaturgia, e aponta caminhos para desorganizar a visão linear sobre o tempo a partir de questionamentos sobre como absorvemos histórias e a presença dos outros em nós.
Charles Chaplin, reconhecido ator, roteirista, comediante e diretor inglês, recebe a homenagem Relembrando Carlitos, mostra de filmes protagonizados por ele e com a curadoria de Camilo Torres, ator e conhecido por interpretar o Palhaço Pirulitos. As sessões ocuparão a sala do Cineclube da Oficina Cultural Oswald de Andrade entre 24 e 29/07, de segunda à sexta-feira, 19h30, e sábado em dois horários, às 15h e 18h. O público interessado precisa retirar os ingressos uma hora antes de cada exibição.
Na abertura e no encerramento, as pessoas também poderão conferir uma performance do artista circense Camilo Torres que personificará Carlitos. A mostra de filmes inicia no dia 24 com O garoto (1921); no dia 25 é a vez de O grande ditador (1940); 26 de julho os espectadores poderão assistir Tempos modernos (1936); 27/07 será exibido Luzes da Ribalta (1952); 28/07 com Luzes da cidade (1931); e 29/07 traz duas sessões: O circo (1928) e Em busca do ouro (1925). Confira as sinopses no final do release (serviço).
Música e escrita criativa
A Oficina Cultural Alfredo Volpi realiza diversas atrações, entre elas no campo musical e na escrita criativa. Com o comando do maestro Renato de Sá, a Orquestra Volpi de Viola Caipira apresenta os clássicos do cancioneiro caipira como Luar do sertão, Beijinho doce, Chico mineiro e Moreninha linda, adaptações novas para obras da MPB como Pra não dizer que não falei das flores, e composições inéditas dos próprios integrantes. A apresentação Pare e ouça está programada para o dia 8, sábado, a partir das 15h, na Casa de Cultura Raul Seixas, no bairro Jardim Bonifácio, zona leste de São Paulo.
A orquestra, formada em 2018, é resultado da formação em viola caipira oferecida a cada dois meses pela unidade Alfredo Volpi, do programa Oficinas Culturais, localizada em Itaquera. Desde 2015, quando começou a ser oferecida, essa atividade já formou mais de 200 violeiros (as).
Na própria unidade Alfredo Volpi, as pessoas que circulam pela região ainda encontram diferentes formações. Entre elas, a oficina de Canto e composição: pa-lavrar – Lavrar a palavra, cultivar a canção de 12 de julho a 6 de setembro, com encontros nas quartas-feiras, das 19h às 21h30, coordenados pela cantora, compositora, arte-educadora e poeta Heloisa de Lima. A inscrição segue aberta no site do programa. No último dia, 6/09, o público poderá conferir as obras autorais dos participantes na mostra aberta dos processos desenvolvidos ao longo da formação.
Focadas em mulheres cis e trans, além de artistas multilinguagem, interessadas na produção literária, a oficina de Escrita criativa: petulante poesia nossa de cada dia será no dia 14 de julho, sexta-feira, das 14h às 17h40, com inscrição aberta aqui. Aplicada pelo coletivo As Fuxiquêra, a atividade incentiva (des)afinar silêncios e ampliar uma escuta de atravessamentos de vozes-ser-agir-fazer de diferentes mulheres, desde arquetípicas, mitológicas, até as ancestrais, transgressoras e não artistas. O objetivo é criar pontes entre corpos, vozes e palavras por meio de uma breve experimentação coletiva de escritos performáticos femininos, em diferentes formatos, como poesia falada, performance e dança.
Imagens de controle sobre as mulheres negras, publicação do próprio livro e etapas de produção de longas-metragens
A Formação no Interior, uma das ações do programa Oficinas Culturais que colabora na atualização profissional de diversos profissionais das artes e da cultura, também está com uma programação ampla para julho e agosto, com cada formulário de cadastro disponível aqui, alguns abertos a partir de 10/07 para as atividades de agosto, e outros já abertos para as formações que ocorrem em julho. Os encontros estão alcançando pessoas para além do interior, litoral e região metropolitana de São Paulo, já que seguem aplicados em plataforma online.
O ciclo Como os filmes contam as suas histórias é formado por cinco etapas e com a coordenação de Christine Liu, produtora e diretora do documentário “Depois de ontem antes de amanhã”, criadora de vídeo artes exibidas no MAM/SP, Itaú Cultural e Casa de Cultura dos Mundos (Ale) e diretora do Festival de Cinema Asiático Traffic. Os encontros proporcionam um entendimento mais amplo sobre o cinema e a estrutura por trás da produção de um filme, desde a ideia até o produto final, e ocorrerão nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de julho, das 18h30 às 20h30.
No dia 3 de julho, Uma breve história do cinema e os gêneros cinematográficos abordará como o cinema se desenvolveu, as diversas fases e maneiras de contar histórias, os avanços tecnológicos e os gêneros cinematográficos; No dia 10, A escrita cinematográfica: da ideia ao roteiro traz as etapas fundamentais para transformar uma ideia em um roteiro criativo e envolvente, desde a concepção da ideia original até a estruturação da narrativa, a construção de personagens, a criação de diálogos e as diversas partes que compõem um roteiro; No dia 17 será A produção do filme: planejamento e preparação, etapas presentes desde a concepção da ideia até a finalização do roteiro, desenvolvimento de storyboards, cronograma, orçamento, seleção de locações, elenco e equipe, entre outras atividades necessárias para que o longa-metragem seja realizado dentro do prazo, do orçamento e com qualidade.
Já no dia 24, Luz, Câmera, ação: as filmagens abordará os elementos para capturar e transmitir histórias pelas lentes, incluindo o uso adequado da iluminação, técnicas de enquadramento e movimentos de câmera, filmagens externas e em estúdio. Também serão divididas ideias sobre o trabalho colaborativo entre diretores e equipes técnicas; E no último encontro, 31/07, Uma releitura do roteiro: montagem e finalização destaca técnicas dessas etapas que elevam a qualidade e impacto de uma obra audiovisual, o uso criativo de recursos visuais e sonoros, bem como estratégias para a conclusão.
Escritores (as) interessados (as) em publicar os próprios livros receberão orientações sobre as etapas de publicação e do mercado editorial durante a oficina Escrevi um livro, e agora? nos dias 14, 16, 21 e 23 de agosto, das 18h30 às 20h30. Lizandra Magon, jornalista pela ECA-USP, tradutora, editora e poeta à frente da Editora Jandaíra, vai ministrar a atividade que demonstrará o que é exatamente um original e as opções de publicações disponíveis, etapas da autopublicação até as entradas em concursos, a publicação digital na Amazon e demais plataformas, além da publicação impressa por editoras.
A oficina Vivendo de amor – a solidão da mulher negra e sua relação com as imagens de controle será aplicada no dia 31 de agosto, a partir das 18h30, pela Mariana Bomfim, professora de Sociologia e Filosofia na rede estadual de São Paulo, no Ensino Médio e EJA, além de mestranda em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC. O encontro mostrará como a violência colonial influenciou o amor, dificultando o afeto na prática, como a sociedade criou padrões e rebaixou o corpo negro feminino, e formas para construir novos espelhos por meio de novas perspectivas estéticas e sociais.
Abaixo, as datas, horários e links para a inscrição das atividades que exigem cadastro prévio. Para conhecer a programação de todas as unidades, acesse o site das Oficinas Culturais.